terça-feira, 28 de agosto de 2012

Afie seu machado


 MACHADO


Pedro, um lenhador, após um grande trabalho em uma área de desmatamento, se viu desempregado. A madeireira precisou reduzir custos…
Saiu à procura de novo trabalho. Seu tipo físico, porém, muito franzino, fugia completamente do biótipo de um lenhador. Além disso, o machado que carregava era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que conheciam Pedro, entretanto, julgavam-no um ótimo profissional.
Em suas andanças, ele chegou a uma área reflorestada que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o era!
O capataz, após um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro e, com aquele semblante de selecionador implacável, foi dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar grandes árvores, e não de “catadores de gravetos”.
Pedro, necessitando do emprego, insistiu. Pediu que lhe fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua capacidade. Com relutância, o capataz resolveu levá-lo à área de desmatamento.
Sob os olhares dos demais lenhadores, Pedro se postou frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de “madeira”, deu uma machadada tão violenta que a árvore caiu logo no primeiro golpe. Todos ficaram atônitos! Como era possível tão grande habilidade e que força descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande árvore numa só machadada?
Logicamente, Pedro foi admitido na madeireira. Seu trabalho era elogiado por todos, principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte adicional de receita.
O tempo, no entanto, foi passando e, gradativamente, Pedro foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era incompreensível, uma vez que ele se esforçava cada vez mais. Um dia, Pedro se nivelou aos demais e dias depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam…
O capataz que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido, chamou Pedro e o questionou sobre o que estava ocorrendo. “Não sei”, respondeu Pedro, “nunca me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo”.
O capataz pediu, então, que Pedro lhe mostrasse o seu machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio de “dentes” e sem o “fio de corte”, perguntou ao Pedro: “Por que você não afiou o machado?”.
Pedro, surpreso, respondeu que estava trabalhando muito e por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no acampamento e amolasse seu machado. Só depois disso ele poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe foi mandado. Quando retornou à floresta, percebeu que tinha voltado à forma antiga: Conseguia derrubar as árvores com uma só machadada.

Pense nisso…
Isso pode acontecer conosco em todas as áreas de nossas vidas, inclusive na espiritual…
Muitos são aqueles que têm seu primeiro encontro com Jesus, demonstram-se inspirados, transformados e agem com disposição e alegria. Levantam a “bandeira” de Jesus com entusiasmo e se sentem dispostos a até morrer pelo evangelho.
A maioria, no entanto, embalada pela empolgação e euforia, esquece-se que precisa “afiar seu machado”.

Precisa aprofundar-se na Palavra, porque é ela que lhe sustentará e orientará. No Sl 119:105 está escrito “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. A Palavra do Senhor é a principal coluna que sustenta a vida do Cristão. Sem conhecê-la, não conhecemos a Deus, sem ela, somos alvos fáceis do inimigo…
Não “afiam seu machado”, não buscam conhecimento, não se fortalecem na Palavra e, aos poucos, sua espiritualidade vai caindo. Esfriam na fé e se misturam na multidão…

Afiar o machado significa também ter uma vida regular de oração. É através dela que adquirimos intimidade com o Senhor. Com a oração nos tornamos fortes, cheios do Espírito Santo, prontos para guerrear. Em Mc 14:38 Jesus nos diz “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. Sem a oração nos tornamos vulneráveis à carne e aos ataques do maligno. Não “afiamos nosso machado”, não buscamos intimidade com o Senhor e, aos poucos, nossa espiritualidade vai caindo. Esfriamos na fé e nos misturamos na multidão…

Afiar o machado significa ainda jejuar. O jejum, aliado à oração, é arma poderosa do cristão. Quando jejuamos e oramos barreiras caem por terra. Nos tornamos fortes e totalmente preparados para o mover de Deus. Sem jejum não temos como chegar ao nível de preparo que Deus precisa para nos usar plenamente. Não “afiamos nosso machado”, não nos preparamos com o jejum e, aos poucos, nossa espiritualidade vai caindo. Não vemos o sobrenatural de Deus acontecer, esfriamos na fé e nos misturamos na multidão…

Antes de reclamar, de achar que Deus não tem falado contigo, de pensar que Deus só fala com os outros e nunca com você, reflita sobre a sua postura, observe se você está afiando o seu machado espiritual. Não permita que sua espiritualidade caia a ponto de você se misturar na multidão de murmurados e fracos da fé.

Pense nisso, afie seu machado e seja feliz…


Por Deyse Melo

Versículo do Dia

  Versículo do Dia Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor. Levítico 19:14