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O céu é um lugar e um estado. Um lugar de glória e um estado de felicidade eterna. O céu é onde está o trono do Deus Altíssimo e o lugar da habitação dos remidos transformados. O céu é a nossa Pátria permanente, o nosso lar eterno, a nossa fonte inesgotável de excelso prazer. O céu é a casa do Pai, o paraíso de Deus, o lugar preparado para um povo preparado. As glórias do céu transcendem as mais esplêndidas glórias da terra. As riquezas do céu são infinitamente mais valiosas do que os tesouros da terra. Os prazeres do céu são incomparavelmente melhores do que todas as delícias da terra. O céu é melhor.
1. O céu é melhor porque lá não haverá dor (Ap 21.4) – A dor tem castigado os filhos dos homens. Viver neste mundo é pisar num lagar de profundo sofrimento. Nascemos chorando, cruzamos os vales da vida com o rosto molhado de lágrimas e muitas vezes, partimos desta vida com os olhos marejados de lágrimas. Mas, no céu, Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima. Lá o choro cessará. Lá a dor não fará parte da nossa vida. O céu será um lugar de alívio perene, de gozo inefável, de glória eterna. A nossa leve e momentânea tribulação produzirá para nós eterno peso de glória acima de toda a comparação. Os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com as glórias por vir a serem reveladas em nós. No céu não vai existir lembranças amargas nem memórias tristes. No céu não vai existir disputas nem seremos picados pelo veneno do ciúme. No céu não haverá despedidas nem seremos apartados daqueles a quem amamos.
2. O céu é melhor porque estaremos livres da presença do pecado (Ap 21.27) – No céu não entrará nada contaminado. Nosso espírito será aperfeiçoado antes de entrar na glória e na ressurreição, receberemos um corpo de glória, semelhante ao corpo do Senhor Jesus. Fomos libertados da condenação do pecado na justificação. Estamos sendo libertos do poder do pecado na santificação, mas seremos completamente libertos da presença do pecado na glorificação. O pecado que tem sido o opróbrio das nações e lançado tantas vidas na escravidão mais repugnante, será totalmente banido da nossa vida. No céu o pecado não entrará, por isso, teremos uma comunhão perfeita, completa e eterna com aquele que nos amou e nos deu vida.
3. O céu é melhor porque lá veremos a Jesus face a face (Ap 22.5) – Jesus é o
conteúdo mais excelente de todas as delícias do céu. Tudo vai convergir em Jesus. Ele é o centro do Universo. A história caminha para um fim glorioso, da vitória absoluta, final e eterna do Filho de Deus. Estaremos com ele para sempre. Ver a Jesus face a face, render-nos aos seus pés em gratidão e glorificá-lo por sua graça, e isso, pelos séculos dos séculos, eis a mais santa e pura de todas as bem-aventuranças celestiais. No céu seremos uma só família. Todos aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro viverão para sempre juntos em plena harmonia uns com os outros e com o próprio Deus. Vamos nos conhecer uns aos outros e amar-nos com o perfeito amor do Pai. No céu vamos trabalhar, pois serviremos a Deus. Agora, porém, sem fadiga e sem cansaço. Porque o céu é melhor, devemos pensar nas coisas lá do alto, ajuntar tesouros lá no alto e viver como peregrinos aqui e como cidadãos dessa Pátria superior.
O propósito de Deus é o evangelho todo, pregado por toda a igreja, em todo o mundo, a cada criatura. A visão de Deus é o mundo todo, o método de Deus é a igreja toda e o tempo de Deus é agora. A evangelização é uma tarefa imperativa, intransferível e impostergável. A evangelização é uma tarefa inacabada e de conseqüências eternas. Em João 4.31-35 Jesus nos dá quatro princípios sobre a evangelização como uma tarefa de conseqüências eternas.
1. Precisamos ter visão – “… erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo 4.35). Precisamos ter a visão de que o homem sem Cristo está perdido. Desde o ateu ao religioso, do doutor ao analfabeto, do homem das grandes metrópoles ao homem do campo. Precisamos ter a visão de que as falsas religiões proliferam celeremente como um rastilho de pólvora. Precisamos ter a visão de que oportunidades não aproveitadas hoje podem se tornar em portas fechadas amanhã. Precisamos ter a visão de que o crescimento de um evangelho híbrido, heterodoxo e sincrético que recrudesce em nossa nação, não é portador de boas novas de vida eterna, pois na verdade, é um outro evangelho, uma mensagem desprovida de salvação.
2. Precisamos ter urgência – “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.334). Jesus estava com fome, mas tinha algo mais urgente para fazer do que se alimentar. Seu propósito era dar a água da vida para a mulher samaritana. Precisamos ter a mesma urgência de Jesus. O que nos impede de evangelizar não é tanto a falta de método, mas falta de paixão. Precisamos clamar como Raquel: “Dá-me filhos, senão eu morrerei”. Precisamos chorar como John Knox, o pai do presbiterianismo: “Dá-me a Escócia para Jesus, senão eu morro”. Precisamos gritar como Paulo: “Ai de mim se não pregar o evangelho”. Muitas vezes ouvimos a Palavra de Deus, freqüentamos a Escola Dominical anos e mais anos, fazemos treinamento e até participamos de congressos, mas, não cruzamos a rua para falar de Jesus ao nosso vizinho. É tempo de falarmos de Cristo e isso com um profundo senso de urgência.
3. Precisamos ter compromisso – “… pois os campos já branquejam para a ceifa” (Jo 4.35). Um campo maduro para a ceifa exige do agricultor o compromisso de uma ação imediata. A evangelização é uma ordem e não uma opção. É um mandamento e não uma recomendação. A evangelização só pode ser feita pela igreja. Nenhuma outra instituição na terra pode cumprir essa tarefa. A igreja é o método de Deus. Se a igreja falhar, Deus não tem outro método. Se o ímpio morrer na sua impiedade, Deus cobrará de nós o seu sangue. A evangelização não pode esperar. Ela é impostergável. Se não ganharmos para Cristo esta geração, nesta geração, teremos fracassado rotundamente.
4. Precisamos ter investimentos – “… pois os campos já branquejam para a ceifa” (Jo 4.35). Quando uma lavoura está madura, colhemos os frutos, ou perderemos a safra. Na evangelização não é diferente. Precisamos fazer dois tipos de investimentos. O primeiro deles é financeiro. O melhor investimento que podemos fazer é na evangelização. Quem ganha almas é sábio. Uma vida vale mais do que o mundo inteiro. O segundo investimento é o investimento da vida. Precisamos dar-nos a nós mesmos a esta obra de conseqüências eternas. A obra de Deus é feita não apenas com boas intenções, mas de ações concretas. Fomos chamados do mundo para sermos enviados ao mundo como ministros da reconciliação, embaixadores de Deus e portadores de boas novas de salvação. Jim Elliot, missionário mártir entre os índios do Equador, disse corretamente: “Não é tolo aquele que dá o que não pode reter para ganhar o que não pode perder”. Há uma grande alegria e uma gloriosa recompensa para os ganhadores de almas (Jo 4.36). Essa recompensa vale mais do que todo o ouro da terra!
Rev. Hernandes Dias Lopes
O homem pecou e afastou-se de Deus. Deu as costas para ele e tornou-se rebelde e ingrato. Passou a adorar a criatura em lugar do criador. Chegou mesmo a desistir de Deus, mas Deus não desistiu do homem. O ofendido tomou a iniciativa de buscar o ofensor na maior de todas as operações resgate. Começa aqui o lindo romance da reconciliação.
A grande mensagem da Bíblia pode ser resumida assim: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo […], não imputando aos homens as suas transgressões […]. Aquele que não conheceu pecado, ele [Deus] o fez pecado por nós; para que, nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.18,19,21).
O resgate do homem perdido custou muito caro para Deus. Uma tríplice transação foi feita para consumar esse resgate. Vamos aqui descrevê-la.
1. Deus não colocou em nossa conta a nossa dívida (2Co 5.19) – A Bíblia diz que nós somos pecadores e o pecado faz separação entre nós e Deus. Para reconciliar-nos consigo mesmo, Deus não podia colocar em nossa conta a nossa própria dívida. O pecado é como uma dívida impagável que temos com Deus. Jesus contou a parábola do credor incompassivo para dizer que essa dívida que temos com Deus pode ser avaliada em dez mil talentos, ou seja, trezentos e cinqüenta mil quilos de ouro. No primeiro século um judeu jamais podia dever tanto. O salário naquela época era um denário por dia e para ajuntar esse valor um homem precisaria trabalhar cento e cinqüenta mil anos. Com isso, Jesus está mostrando que jamais podemos quitar nossa dívida com Deus. Jamais podemos cumprir as exigências da lei de Deus e as demandas de sua justiça. A lei é perfeita, mas nós somos imperfeitos. A lei é santa, mas nós somos pecadores. Apesar do nosso débito imenso, ou seja, das nossas transgressões, Deus não lançou em nossa conta essa dívida impagável.
2. Deus colocou na conta de Cristo a nossa dívida (2Co 5.21) – Deus é justo e não pode fazer vistas grossas ao pecado. Ele não inocenta o culpado. O salário do pecado é a morte e a alma que pecar, essa morrerá. Agora, se Deus não colocou a nossa dívida em nossa conta, colocou-a na conta de quem? Surpreendentemente, lemos: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós”. Cristo veio ao mundo como nosso representante, fiador e substituto. Quando ele foi pregado na cruz, Deus pegou todo o nosso débito e colocou em sua conta. Ele foi feito pecado e maldição por nós. Deus fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi ferido pelos nossos pecados e traspassado pelas nossas transgressões. Naquele momento não havia beleza nele. O próprio sol escondeu o rosto dele e houve trevas ao meio dia. A multidão enfurecida escarnecia dele. Seus discípulos o abandonaram. O próprio Pai o desamparou. Naquele momento todas as nossas mazelas foram transferidas da nossa conta para a conta dele. Mas, longe de sucumbir na cruz, Jesus pegou o escrito de dívida que era contra nós, anulou-o, rasgou-o e o encravou na cruz, dando um grande brado: “Está consumado!” Ou seja, está pago!
3. Deus colocou em nossa conta a justiça de Cristo (2Co 5.21) – Deus faz, então, a terceira transação em nosso favor. Depois que Cristo pagou nossa dívida na cruz, ele fez uma transferência de crédito para a nossa conta. Ele depositou em nossa conta toda a infinita justiça de Cristo: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Toda a justiça de Cristo foi creditada em nossa conta. Quando Deus olha a nossa conta no banco celestial, não vê mais débito algum. Ao contrário, vê um crédito de valor infinito. Todos os méritos da justiça de Cristo nos pertencem. A Bíblia diz que, agora, nenhuma condenação há mais para aqueles que estão em Cristo Jesus. Você tem um valor infinito para Deus. Ele comprou você não com ouro ou prata, mas com o sangue do seu Filho. Esse foi o preço da sua reconciliação com Deus. O que você ainda está esperando? Volte-se para Deus agora. Ele já provou o seu amor por você, dando o seu Filho para morrer em seu lugar!
Rev. Hernandes Dias Lopes
O povo de Deus não tem apenas expectativa da glória, tem garantia dela. A glória não é uma conquista das obras, mas uma oferta da graça. O apóstolo Pedro trata deste momentoso assunto em sua Primeira Carta e nos ensina quatro grandiosas lições.
1. O crente é nascido para a glória (1Pe 1.3,4) – Nós fomos regenerados para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Nascemos para uma herança incorruptível, sem mácula, e imarcescível, que está reservada nos céus para nós. Nascemos de novo, de cima, do alto, de Deus, para buscarmos as coisas lá do alto, onde Cristo vive. Não nascemos para o fracasso. Não nascemos para o cativeiro. Não nascemos para amar o mundo nem as coisas que há no mundo. Não nascemos para fazer a vontade da carne nem para andar segundo o príncipe da potestade do ar. Nascemos para as coisas mais elevadas. Nascemos para a glória!
2. O crente é guardado para a glória (1Pe 1.5) – Neste mundo cruzamos vales profundos, atravessamos pinguelas estreitas, palmilhamos desertos tórridos, enfrentamos inimigos cruéis. Essa caminhada rumo à glória não é amena. A vida cristã não se assemelha a um parque de diversões. Ao contrário, é luta sem pausa contra as trevas; é luta titânica contra o mal. Nessa caminhada rumo à glória pisamos estradas juncadas de espinhos e suportamos muitas aflições. Porém, Deus nunca nos desampara. Ele nunca nos abandona à nossa própria sorte. O apóstolo Pedro escreve: “vós sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1Pe 1.5). Louvado seja Deus, pois nascemos para a glória e somos guardados para ela. Vamos caminhando em sua direção de força em força, de fé em fé, sendo transformados de glória em glória.
3. O crente está sendo preparado para a glória (1Pe 1.6,7) – O crente exulta com a certeza da glória, mesmo sabendo que no caminho para ela é contristado por várias provações (1Pe 1.6). Nossa fé é um dom gratuito de Deus a nós, mas não é uma fé barata. Ela é mais preciosa do que ouro depurado pelo fogo (1Pe 1.7). Deus não apenas nos destinou para a glória, mas também nos prepara para ela. Nessa jornada bendita despojamo-nos continuamente dos trajos inconvenientes do pecado e nos revestimos das virtudes de Cristo. Deus não apenas nos destinou para a glória, mas também está nos transformando à imagem do Rei da glória (Rm 8.29). Estamos sendo preparados para sermos apresentados ao Noivo, como uma noiva pura, imaculada, santa e sem defeito. Isso redundará em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.
4. O crente já se regozija na glória desde agora (1Pe 1.8,9) – Agora vivemos por fé e não pelo que vemos. Agora caminhamos sustentados pelo bordão da esperança de que Aquele que fez a promessa é fiel. É preciso dizer em alto e bom som que essa caminhada rumo à glória não é feita com gemidos e lamentos. Não cruzamos esse deserto rumo à terra prometida murmurando, assaltados por avassaladora tristeza. Ao contrário, há um cântico de júbilo em nosso peito. Há um grito de triunfo em nossos lábios. Há uma alegria indizível e cheia de glória transbordando do nosso coração. Assim escreve o apóstolo Pedro: “A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais, com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1Pe 1.8,9). A alegria indizível e cheia de glória não é apenas uma promessa para a vida futura, mas um legado para o tempo presente. O evangelho que abraçamos é boa nova de grande alegria. O Reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. O fruto do Espírito é alegria e a ordem de Deus para a igreja é: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4). Que Deus inunde nossa alma dessa bendita alegria. Que as glórias inefáveis da Glória por vir já sejam desfrutadas por nós, aqui e agora, enquanto marchamos rumo à posse definitiva dessa mui linda herança.
Rev. Hernandes Dias Lopes
O livro de Atos mostra a saga da Igreja de Cristo caminhando no poder do Espírito Santo, rompendo barreiras, avançando contra as portas do inferno e sendo instrumento de Deus para a proclamação das boas novas da salvação. No capítulo 12 de Atos, encontramos Herodes passando ao fio da espada o apóstolo Tiago e encerrando na prisão o apóstolo Pedro. A cidade de Jerusalém estava agitada. A oposição à igreja cristã crescia vertiginosamente. Pedro foi entregue a uma escolta de dezesseis soldados e sua morte parecia inevitável. Nesse momento, a igreja não apelou para os expedientes humanos, mas reuniu-se para clamar ao Senhor. Warren Wiersbe, comentando este texto, destaca três verdades sublimes:
1. Deus vê nossas tribulações (At 12.1-4) – Deus está no controle da situação mesmo quando nós perdemos esse controle. Tiago estava morto, Pedro estava preso e a igreja estava acuada. Herodes parecia um inimigo irresistível. A situação ameaçava irremediavelmente a igreja. O inimigo parecia estar no controle da situação para neutralizar e até mesmo destruir a igreja em seu nascedouro. Mas, como o próprio Pedro escreveu mais tarde: “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos” (1Pe 3.12) e no tempo certo, da maneira certa, o braço do Onipotente prevalece sobre a fúria do inimigo, libertando o seu povo. Deus ainda vê nossas tribulações. Ele vê nossos vales sombrios, nossas noites escuras, nossas lágrimas grossas, nosso choro doído, nossos temores profundos. Ele é o Deus presente, que jamais desampara aqueles que nele esperam.
2. Deus ouve nossas orações (At 12.5-17) – A situação parecia insustentável. Pedro seria levado depois da festa da Páscoa à morte. Mas havia oração da igreja em seu favor. Quando a igreja ora, os céus se movem. Quando a igreja ora, as estratégias do inimigo são desbaratadas. Quando a igreja ora as portas da prisão são abertas e os servos de Deus são libertos. Pedro está preso, mas está confiante. Ele dorme (At 12.5,6). A prisão é de segurança máxima. Pedro está preso com cadeias nas mãos. Doze homens fortemente armados garantem que não haverá fuga. Nenhum poder ordinário poderia reverter a situação. Então, Deus usa um meio extraordinário. Envia um anjo à prisão e este acorda Pedro, quebra suas cadeias e tira-o do cárcere. O portão de ferro, trancado com grossas correntes, é aberto automaticamente e Pedro se vê livre das mãos do inimigo, “porque os ouvidos de Deus estão abertos às súplicas do seu povo” (1Pe 3.12). Ninguém detém os passos de uma igreja que ora. Nenhum poder na terra pode prevalecer sobre uma igreja que experimenta o poder deDeus através da oração.
3. Deus lida com os nossos inimigos (At 12.18-25) – Pedro conclui: “Mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males” (1Pe 3.12). Os guardas romanos encarregados de Pedro foram mortos em seu lugar, por ordem de Herodes. “O justo é libertado da angústia, e o perverso a recebe em seu lugar” (Pv 11.8). Herodes estava no auge de sua força e poder. O povo o aplaudia e gritava publicamente, considerando-o um deus. Por não ter dado glória a Deus, foi fulminado pelo Eterno e comido por vermes, expirou. Em vez de Pedro ser morto pelo rei Herodes, o rei é que foi morto pelo Deus de Pedro. Talvez o mesmo anjo que livrou Pedro da prisão tenha ferido mortalmente Herodes. Deus ainda vê as tribulações do seu povo, ouve suas orações e lida com seus inimigos. Quando nos sentirmos encurralados por temores avassaladores, circunstâncias adversas e inimigos implacáveis é hora de confiarmos que Deus está no controle e nos conduzirá em triunfo!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Jesus estava em Jerusalém. Era a Festa dos Tabernáculos. O povo fervilhava nas ruas e por todos os lados se ouvia canções de alegria. Esta era uma das festas mais alegres do calendário judaico. Durante uma semana o povo vivia em cabanas na cidade de Davi. Jesus não fica de fora dessa importante celebração. Porém, ao chegar à cidade em vez de deter-se nos corredores da alegria, Jesus dirigiu-se ao tanque de Betesta, a Casa de Misericórdia, onde havia uma multidão de enfermos (Jo 5.1-18). Ali havia gente sofrendo, chorando, com a esperança morta. Jesus caminha por entre os cinco pavilhões daquele hospital público. No meio daquela multidão de enfermos havia coxos, cegos e paralíticos. Uma vaga possibilidade de cura, por intermédio de uma visitação angelical, mantinha aceso um fiapo de esperança no coração daquela gente sofrida. Jesus distingue no meio dos doentes um paralítico, que estava ali há trinta e oito anos. Esse homem era a maquete do desespero, o retrato da desesperança, a síntese do sofrimento de uma multidão enferma. Jesus perguntalhe: “Queres ser curado”? O homem responde com uma desculpa. Jesus, então lhe ordena a levantar-se, tomar o seu leito e andar. Aqui aprendemos três importantes lições:
1. Uma pergunta maravilhosa (Jo 5.6) – “Queres ser curado?” Nós temos doenças físicas, emocionais e espirituais. Precisamos de cura. É claro que todo doente quer ser curado. Mas, então, por que Jesus pergunta? É que podemos nos acostumar com a doença. Podemos também perder a esperança de sermos curados. Podemos como aquele paralítico, ser tomados por um profundo senso de abandono, dizendo que ninguém se importa conosco. Aquele que nos criou e nos formou de forma assombrosamente maravilhosa no ventre da nossa mãe, e tem todo poder, e toda autoridade no céu e na terra é quem pergunta a você: “Queres ser curado”? Ele tem não apenas o diagnóstico da sua doença, mas também a autoridade para curar você.
2. Uma ordem gloriosa (Jo 5.8) – “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. Aquele homem estava preso numa cama há trinta e oito anos. Todos os dias ele nutria a esperança de ser jogado no tanque para ser curado. Todos os dias ele alimentava na alma o desejo de andar. Mas, sua doença era maior do que seu desejo. Estava dominado por um problema maior do que suas forças. Jesus, então, aparece e lhe dá uma ordem clara, incisiva e poderosa. O mesmo que dá a ordem, dá também o poder para cumprir a ordem. O mesmo que manda levantar é aquele que restaura a saúde. O universo inteiro ouve e obedece a ordem de Jesus. Ele manda e o mar se acalma. Ele ordena e o vento sossega. Ele dá uma ordem e o morto sai da sepultura. Ele manda um homem com a mão direita mirrada estendê-la e a mão do homem estica-se cheia de vigor. Ele dá uma ordem ao paralítico, e ele se levanta, e anda depois de trinta e oito anos de paralisia. Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Ele também nos manda levantar e nos pôr de pé.
3. Um resultado milagroso (Jo 5.9) – “Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôsse a andar”. Sob a ordem de Jesus, o paralítico se levantou. A cura foi imediata, completa e cabal. Não foi um sugestionamento mental. Jesus não usou nenhum artifício místico nem lhe fez promessas enganosas. O milagre que Jesus opera é notório, verificável e público. Aquele homem cujos músculos estavam atrofiados, cujas articulações estavam definhadas, cujo corpo estava emaciado de ficar prostrado numa maca há mais de três décadas, coloca-se de pé e começa a andar. A cura entra em seu corpo. A vitalidade transborda de sua alma. Um milagre estupendo acabava de acontecer em sua vida. Jesus ainda visita a nossa Casa de Misericórdia. Ele ainda nos vê em nosso sofrimento. Ele, de igual forma, pode nos trazer consolo, esperança e cura.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio,
Deus é amor. Ele nos ama com amor eterno e imutável. A causa do seu amor está nele mesmo e não em nós. Ele nos ama, não por causa de nós, mas apesar de nós. Seu amor transcende todas as palavras humanas.
O poeta, num arroubo de entusiasmo escreveu: “Ainda que todos os mares fossem tinta e todas as nuvens fossem papel; ainda que todas as árvores fossem penas e todos os homens escritores, nem mesmo assim se poderia descrever o amor de Deus”. A Bíblia diz que Deus amou o mundo de tal maneira a ponto de dar seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). O Senhor Jesus, em Lucas 15.1-24 contou três parábolas para enaltecer o amor de Deus. Nelas podemos destacar três aspectos desse sublime amor.
1. O amor que procura – Deus é representado pelo pastor que procura a ovelha perdida, pela mulher que diligentemente procura a dracma perdida e pelo pai que corre para abraçar e beijar o filho que retorna ao lar. O amor de Deus é incansável no propósito de buscar o perdido. Deus nos atrai para si com cordas de amor. Ele não abre mão de direito que tem de nos ter para si. Deus não abdica do direito que tem de nos conquistar com seu amor. Fato digno de nota é que Deus nos busca mesmo quando não o buscamos. Deus nos ama mesmo quando não devotamos a ele nenhum amor. Seu amor é incondicional.
2. O amor que perdoa – A parábola do Filho Pródigo é o clímax das três parábolas. Ela retrata a triste trajetória do filho, que insatisfeito saiu da casa do pai e foi para um país distante, onde dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Atraído pelos encantos do mundo, bebeu todas as taças dos prazeres, cercado de amigos. Porém, sua aparente felicidade transformou-se em solidão amarga, em pobreza extrema e em fome assoladora. Foi parar no fundo do poço, ou seja, num chiqueiro de porcos. Ali estava só, faminto e maltrapilho. Então, lembrou-se de seu pai e tomou a decisão de voltar; agora, não mais como filho, mas apenas como um empregado. Para sua surpresa, o pai o avistou de longe, correu, abraçou-o, beijou-o, mandou colocar nele a melhor roupa, o anel no dedo e as sandálias nos pés. O pai lhe perdoou e lhe restaurou, dando-lhe a dignidade de filho. É assim o amor de Deus por nós. Ele nos perdoa e nos restaura. Perdoa completa e incondicionalmente. Deus apaga as nossas transgressões e desfaz os nossos pecados como a névoa. Ele sepulta nossos pecados nas profundezas do mar, nos recebe e nos restaura como filhos amados.
3. O amor que celebra – Nas três parábolas: da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido encontramos o mesmo desfecho, a celebração festiva pelo encontro do que estava perdido. O pastor chamou seus vizinhos e amigos para festejar com ele (Lc 15.6). A mulher igualmente chamou suas vizinhas e amigas para celebrar com ela (Lc 15.9) e o pai mandou preparar um banquete, dizendo: "… comamos e regozijemos-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” (Lc 15.23,24). Há mais alegria por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove que pensam que não precisam de arrependimento (Lc 15.7). Há júbilo diante dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende (Lc 15.10). Há festa na casa do pai, quando o pródigo volta ao lar (Lc 15.23,24). Deus festeja e celebra a nossa volta para ele. Que grande amor! Que imenso amor! Que sublime amor, o amor de Deus!
Versículo do dia
E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6).
Isaías é conhecido como “o profeta evangélico”. Ninguém como ele, descreveu com cores tão vivas e de forma tão eloquente o Messias que haveria de vir, bem como a glórias de seu reino. Falou com diáfana clareza sobre seu nascimento, vida, morte e ressurreição. No texto em tela, Isaías fala sobre o esplendor do Rei que haveria de vir, o Messias, o nosso glorioso Redentor. Vejamos:
Em primeiro lugar, Ele tem o poder de governar. O menino que nasceu de uma virgem, foi enfaixado em panos e deitado numa manjedoura é o Rei dos reis, aquele a quem foi confiado o reino eterno, que jamais passará. Ele governa o universo, dirige as nações e tem as rédeas da história em suas mãos. Ele é o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus selos. Ele desceu da glória às profundezas da humilhação e foi exaltado pelo Pai às alturas excelsas da glorificação. Diante dele todo joelho precisa se dobrar e toda língua precisa confessar que Ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Ele reina soberanamente e colocará todos os seus inimigos debaixo dos pés, pois o governo foi colocado sobre seus ombros.
Em segundo lugar, Ele é o Maravilhoso Conselheiro. Muitos príncipes subiram ao trono e foram apeados do trono sem deixar de si saudades. Muitos usaram o poder para oprimir seus súditos. Porém, o Messias governa com justiça. Suas leis são justas. Suas palavras são verdadeiras. Seus atos são cheios de misericórdia. Toda a terra está cheia de sua bondade. Suas palavras são espírito e vida. Só ele, na verdade, tem palavras de vida eterna. Ele é o refúgio dos cansados, o abrigo dos desamparados, a cidade refúgio dos perseguidos. Sua graça é perdoadora, seu amor é restaurador, suas palavras são medicina para alma e tônico para o coração. Aqueles que ouvem sua voz são bem-aventurados. Aqueles que seguem seus conselhos são felizes. Aqueles que andam por seus caminhos são vitoriosos. Ele é a fonte de toda sabedoria. Nele está a vida, a própria vida eterna. Ele é o Maravilhoso Conselheiro.
Em terceiro lugar, Ele é o Deus Forte. Há muitos deuses no mundo, mas um só vivo e verdadeiro. Há muitos que são chamados de deuses, mas são desprovidos de poder. O nosso glorioso Redentor, porém, é Deus autoexistente, infinito, imenso, eterno, imutável, onisciente, onipresente, onipotente, transcendente, soberano. Ele conhece tudo e a todos sonda. Ele está em toda a parte e ninguém pode escapar de suas mãos. Ele tudo pode e nada lhe é impossível. Agindo ele, ninguém pode impedir a sua mão. Do nada, ele tudo criou. Ele sustenta o universo e preserva a vida de todos. Para ele não tem causa perdida, não tem vida irrecuperável nem problema sem solução. Ele faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade.
Em quarto lugar, Ele é o Pai da Eternidade. Ele é antes de todas as coisas. Ele existe antes do princípio, antes do tempo e antes da história. Só ele e eterno. O universo só existia em sua mente, quando ele existia desde a eternidade. O sol ainda não brilhava nem as estrelas ainda estavam salpicadas nos vastos mundos estelares, mas ele já existia. Os anjos ainda não ruflavam suas asas para atender às suas ordens, mas ele já existia em perfeita comunhão com o Pai, antes dos tempos eternos. Ele vive antes do tempo. Ele é o Senhor do tempo. Ele continuará sendo Deus Eterno mesmo depois que as lâmpadas do tempo se apagarem. Quando a eternidade vastíssima e insondável abrir suas cortinas para a bem-aventurança eterna, ele mesmo será a lâmpada do céu, a alegria dos homens, o centro de todas as coisas, o Pai da Eternidade.
Em quinto lugar, Ele é o Príncipe da Paz. Muitos príncipes subiram ao trono e promoveram guerras sangrentas e injustas, mas o Messias é o Príncipe da Paz. Ele é a nossa própria paz. Por meio dele temos paz com Deus e a paz de Deus. Aqueles que vivem debaixo do seu governo recebem a paz perene que o mundo não pode dar. Onde ele reina prevalece a paz com Deus, com os homens e com nós mesmos. Neste mundo ferido pela guerra e atordoado pelas injustiças, é mister submetermo-nos ao Príncipe da Paz. Ele é a resposta para este mundo aflito. Só quando nos submetermos ao governo que está sobre seus ombros seremos verdadeiramente felizes e desfrutaremos da verdadeira paz.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Versículo do Dia E disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação. E descerei...