sábado, 14 de março de 2020

Mordomia da natureza

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 As mudanças climáticas afetam bilhões de pessoas em nosso planeta e a convicção prevalecente é que as conseqüências desastrosas desse fenômeno são irremediáveis e já começaram a mostrar seus efeitos catastróficos. O ano de 2006 foi marcado por uma série de recordes sombrios no terreno das alterações climáticas e das catástrofes naturais. A calota gelada do Ártico ficou 60.400 quilômetros quadrados menor, ou seja, uma área equivalente a duas vezes o Estado de Alagoas, virou água e ajudou a elevar o nível dos oceanos. Na China, a pior temporada de ciclones em uma década resultou em 1.000 mortos e 10 bilhões de dólares em prejuízos. Na Austrália, o décimo ano seguido de seca impiedosa agravou o processo de desertificação do solo e desencadeou incêndios florestais com virulência nunca vista. Os exemplos se multiplicam por todo o mundo.


Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e o constituiu como mordomo das coisas criadas e delegou a ele a responsabilidade de cuidar da natureza. Dominar e sujeitar são as duas ordens de Deus ao homem quanto à mordomia da natureza (Gn 1.26-28).


Por causa da queda de nossos pais, a terra produziu espinhos e abrolhos, a natureza tornou-se hostil ao homem e a harmonia da criação foi perturbada. Dois extremos são notados a partir daí: Primeiro, o homem passou a venerar a natureza. O panteísmo é uma crença falsa que prega que o mundo é uma emanação de Deus e que por isso, devemos venerar a criação. Estamos assistindo uma explosão desse misticismo antigo e muitos olham para a “mãe terra” como objeto de adoração. Segundo, o homem passou a depredar a natureza. Em nome do progresso, da ganância insaciável, da corrida frenética pelo domínio econômico estamos destruindo o nosso habitat. Despejamos toneladas de dióxido de carbono no ar todos os dias, poluindo o ambiente e provocando doenças broncorespiratórias. Nossos rios estão se transformando em feridas pútridas e nossas praias estão se enchendo de lixo. Estamos destruindo com nossas próprias mãos o nosso próprio berço. Quais são as atitudes que devemos tomar como cristãos?


1. Compreender que Deus nos constitui mordomos da criação – Deus nos deu uma ordem para dominarmos sobre os seres criados e sujeitarmos a terra (Gn 1.26-28). Nossa função é de administração e não de depredação. Devemos cultivar a natureza e não apenas explorá-la. Devemos investir nela e não apenas arrancar dela suas riquezas. A má administração da natureza está custando um preço muito alto para a humanidade. A poluição, a exploração predatória das reservas naturais e o desperdício dos recursos hídricos são hoje os assuntos que estão em pautas como os maiores problemas do nosso século. Como cristãos precisamos entender que o cuidado com a natureza é algo profundamente espiritual.


2. Compreender que o cuidado com a natureza hoje é fundamental para as futuras gerações – Somos filhos de Deus, mordomos da sua criação e precisamos ser responsáveis com nossa administração (Lc 16.1). Não temos o direito de depredar e de destruir o meio em que vivemos. Não podemos pensar egoisticamente, extraindo da natureza tudo o que ela tem para o nosso conforto e arruinar o habitat das próximas gerações.


3. Compreender que a desobediência na área da mordomia da natureza traz conseqüências desastrosas e inevitáveis – Deus criou a natureza e estabeleceu leis que a regem. Violar essas leis é destruir a nossa própria casa. A natureza foi afetada pela queda dos nossos pais e está sujeita à vaidade, cativa da corrupção, gemendo e suportando angústias até agora (Rm 8.20-22). Ela também aguarda o dia da sua redenção (Rm 8.21; Ap 21.1). Algumas vezes, essa natureza castigada pela falta de cuidado dos mordomos, ergue sua voz de protesto e então, ondas gigantescas lambem a terra, soterram cidades e deixam para trás um rastro de destruição e um aviso solene, que não podemos ser mordomos infiéis sem conseqüências graves. Se falharmos em nossa mordomia, seremos as próprias vítimas.




Rev. Hernandes Dias Lopes

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