Lembrava-me de Deus e me perturbava; queixava-me, e o meu espírito desfalecia.Salmo 77.3
Nesse Salmo, há lições que nos ajudarão a viver a realidade do Novo Testamento. Para muitas pessoas, basta fazer a oração em o Nome de Jesus, e tudo se resolverá; porém, não é assim que as Escrituras ensinam. No versículo 1, Asafe diz ter clamado a Deus com a própria voz. Ele não estava se referindo à voz natural, mas ao entendimento obtido pela Palavra. Essa voz não é ouvida com o ouvido natural, mas, sim, com o espírito.
A seguir, o salmista deixa uma importante revelação, dizendo ter levantado um clamor a Deus, e o Senhor inclinou Seus ouvidos para ele. Que lindo! Quando agimos dessa maneira, Ele Se volta para nós, a fim de nos atender. Veja bem, se orar sem a voz dada a você pela Palavra, Deus não o ouvirá. No entanto, se a tiver, o Altíssimo inclinará o Seu ouvido, e isso significa que você terá a resposta que procura.
No versículo 2, ele diz ter buscado o Altíssimo no dia da angústia. Se você está com problemas, busque o Senhor e siga Suas orientações. Agora, não fique chateado por não ter recebido a ajuda dEle. Ana sentia que Deus queria lhe dar um filho, mas sua esterilidade não lhe permitia engravidar. Então, ela entrou no tabernáculo e orou de modo intenso, a ponto de ser tachada de bêbada.
Ana havia entendido que a fé lhe devolvera a mão outrora atrofiada em virtude da queda de Adão. Mais tarde, vemos isso acontecer com o homem da mão mirrada, o qual simbolizava todos nós. Jesus o viu na sinagoga, chamou-o à frente e mandou que estendesse a mão atrofiada. Ao estendê-la, ela lhe foi restituída sã como a outra (Mt 12.10-13). Asafe disse: A minha mão se estendeu de noite e não cessava (Sl 77.2). Não foi assim que Ana agiu?
A alma do salmista se recusava a ser consolada, assim como a de Ana. O marido dela lhe dizia: Ana, por que choras? [...] Não te sou eu melhor do que dez filhos? (1 Sm 1.8). Elcana desconhecia o fato de sua mulher saber que Deus queria dar a ela filhos. Porém, primeiro, Ana teria de romper as barreiras à sua volta; caso contrário, ficaria sem a bênção. Ela não se deixava consolar, para não ser responsabilizada pelo descumprimento do plano divino. Então, foi direto ao Comandante celestial!
Quando se lembrava do que Deus lhe havia dito, Ana se perturbava. Assim age quem é temente a Ele: nada o consolará até ver cumprida a missão que o Altíssimo lhe confiou. Quem não tem o verdadeiro temor de Deus diz: “O que posso fazer? Fiz o possível, mas o Senhor não quis me atender”. O salmista disse se lembrar de Deus, e isso o fazia ficar perturbado. Amigo, não há contradição no Senhor. Lute até cumprir a sua chamada.
Não adianta se queixar. Caso faça isso, o seu espírito desfalecerá. Aja como Jacó ao lutar com o anjo. Quem o visse o julgaria louco, porque só enxergaria seus movimentos (Gn 32.24-31). Eli, o sacerdote, viu Ana lutando em oração e a julgou embriagada. Só quem está em espírito vê o que está por trás da oração feita com fé. A guerreira Ana lutava com o Varão de guerra!
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares