segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Coisas maravilhosas demais para mim




Coisas maravilhosas demais para mim


“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela” (Pv 30.18,19).


Hagur, o autor deste texto inspirado pelo Espírito Santo, está extasiado com suas reflexões acerca das maravilhas da criação. Como fruto de suas perquirições, quatro coisas chamam a sua atenção. As três primeiras, ele as adjetiva como maravilhosas demais. A quarta, ele confessa que não conseguiu entender. O que deixou o autor sacro tão maravilhado?


Em primeiro lugar, o caminho da águia no céu. A águia é a rainha do espaço, a campeã indisputável das alturas nefelibatas. Com suas possantes asas, a águia voa entre as nuvens, no pico das montanhas; e, com sua visão apurada, como uma flecha, desce celeremente para apanhar a sua presa. O caminho da águia no céu é percorrido com desenvoltura e confiança. Seus voos são altaneiros e em linha reta. Se avista uma tempestade no horizonte, a águia ultrapassa essas nuvens tempestuosas e voa sobranceira onde tudo está calmo e o sol está brilhando.


Em segundo lugar, o caminho da cobra na penha. A cobra rasteja sobre a pedra sem deixar marcas. Caminha, sem alardes, sem deixar rastro. Essa trajetória fascinava o autor sagrado. Há aqueles que percorrem muitos caminhos, mas as marcas que deixam não são dignas de serem imitadas. Deixam um rastro inglório e pegadas escorregadias.


Em terceiro lugar, o caminho do navio no meio do mar. Este texto foi escrito há quase mil anos antes de Cristo. Naquele tempo a navegação ainda era precária, sem a ajuda da bússola e dos outros recursos modernos. Marinheiros experimentados singravam as águas profundas dos mares e rumavam para horizontes longínquos, conquistando sempre novas fronteiras. Experiência, coragem e desafios arrojados alimentavam as aventuras desses pioneiros da navegação. Esses mesmos princípios devem governar nossa vida.


Em quarto lugar, o caminho do homem com uma donzela. Esta quarta figura usada pelo escritor, trata do casamento. A relação de um homem com uma donzela estava para além de sua compreensão. O casamento é um mistério, que aponta para a mais sublime de todas as relações, a relação entre Cristo e a igreja. O casamento não é uma união entre dois iguais, mas entre dois diferentes. O casamento instituído por Deus, conforme o registro de Gênesis 2.24 é heterossexual, monogâmico e monossomático (Gn 2.24). A relação de marido e mulher não é de competição, mas de cooperação e complementaridade. O apóstolo Paulo escreveu: “No Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus” (1Co 11.11,12). Ainda Paulo escreveu: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo” (1Co 11.3). Assim, a liderança do homem no casamento não significa superioridade masculina nem a submissão da mulher, significa inferioridade feminina. Isso fica claro quando entendemos que Deus é o cabeça de Cristo e a segunda pessoa da Trindade não é inferior à primeira pessoa da Trindade. Deus Pai e Deus Filho são da mesma substância e têm os mesmos atributos. Compreender o caminho do homem com uma donzela, portanto, é um exercício que requer mente atilada e coração sábio. O casamento é uma aliança de amor, onde o papel do homem é amar sua mulher como Cristo amou a igreja e o papel da mulher é sujeitar-se a seu próprio marido, como a igreja é sujeita a Cristo. Esse caminho só pode ser percorrido vitoriosamente sob a bênção de Deus e pautado pelos preceitos de Deus. Que o nosso coração, também, fique maravilhado com essas figuras pedagógicas!


 


Rev. Hernandes Dias Lopes

Versículo do Dia

    Versículo do Dia Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Lucas 6:43