quarta-feira, 3 de agosto de 2022

A LOUCURA DA PREGAÇÃO

 


“Visto como, na sabedoria de Deus o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus saber os que creem pela loucura da pregação” (1Co 1.21).

O apóstolo Paulo está escrevendo sua primeira carta aos Coríntios da cidade de Éfeso. Naquela cidade grega, o veterano apóstolo havia passado dezoito meses, plantando uma igreja num reduto assaz corrompido moralmente. Os gregos não apenas estavam rendidos à depravação moral, mas também estavam abertos a discutir novas ideias e a ouvir diferentes vertentes filosóficas. Mas, o evangelho que Paulo pregou e pelo qual Deus ainda salva os que creem não é uma ideia entre outras, mas o único meio pelo qual ele chama os eleitos à salvação. Esse está centrado na pessoa e na obra de Cristo. Seu eixo principal é a cruz, onde o Filho de Deus carregou sobre seu corpo, nossos pecados. A pregação não é um discurso religioso, mas uma mensagem solene sobre a morte expiatória de Cristo. Por isso, o apóstolo fala da loucura da pregação. Destaco aqui três verdades:
Em primeiro lugar, a pregação é uma loucura porque seu conteúdo é a cruz. A cruz era o método mais terrível de pena capital no primeiro século. Aquele que era dependurado na cruz era considerado maldito. Sofria dores atrozes, repúdio absoluto e opróbrio sem igual. Pois, o Messias que Paulo anunciou e nós ainda proclamamos foi pregado na cruz. Foi exposto à vergonha e ao opróbrio. Foi suspenso entre a terra e o céu no mais horrendo espetáculo de dor. A cruz era escândalo para os judeus e vergonha para os gentios (1Co 1.23). Mas, foi na cruz que Deus fez refulgir seu mais eloquente amor e reluzir sua mais profunda justiça. Foi na cruz que Deus puniu nossos pecados, imputando-os a seu Filho. Foi na cruz que Deus desamparou seu Filho para nos perdoar e nos justificar. Foi na cruz que a cabeça da serpente foi esmagada, o preço da nossa redenção foi pago e a nossa salvação foi consumada.
Em segundo lugar, a pregação é uma loucura porque o sua exigência é radical. A pregação exige de todos os homens arrependimento e fé em Jesus. A menos que o homem reconheça que está perdido e se arrependa de seus pecados, pondo em Jesus sua confiança não pode ser salvo. Não salvação em nenhum outro nome, exceto no nome de Jesus. A pregação é uma oferta da salvação feita a todos, mas somente os que se arrependem e creem são salvos. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê e só daquele que crê. Ninguém pode ser salvo pelas obras nem mesmo pela sua religiosidade, apenas pela graça mediante a fé. A fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo (Rm 10.17).
Em terceiro lugar, a pregação é uma loucura porque sua mensagem não agrada aos sábios deste mundo. A pregação não é um discurso humanista, que exalta o homem e o coloca no pedestal. Ao contrário, fere seu orgulho mostrando que sua sabedoria é incapaz de reconhecer a existência de Deus ou mesmo as obras de Deus. O mundo não conhece a Deus por sua sabedoria. É por isso, que Deus não chamou muitos sábios e entendidos deste mundo, mas os pequeninos e humildes. É claro que essa arrogância não tem a ver com conhecimento e posição social. Há homens doutos humildes e homens ignorantes soberbos. Há homens ricos quebrantados e há homens pobres arrogantes. Um indivíduo soberbo coloca-se fora do alcance do evangelho. A pregação lhe é loucura. Mas, aos que se humilham sob a poderosa mão de Deus, pela obra do Espírito Santo, esses ouvem, esses se arrependem, esses creem, esses são salvos pela graça. Oh, bendito evangelho! Oh, bendita loucura do evangelho! O apóstolo Paulo troveja sua voz e diz: “A loucura de Deus é mais sábia que do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Co 1.25).

Rev. Hernandes Dias Lopes

Versículo do Dia

    Versículo do Dia Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Lucas 6:43