quarta-feira, 2 de março de 2022

A SOBERANA INTERVENÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

 


         O cântico de Ana, registrado no primeiro livro de Samuel é revolucionário. Uma mulher oprimida por sua esterilidade, ultrajada por sua rival, incompreendida pelo sacerdote e encorajada a desistir de seu sonho pelo seu marido, triunfa pela oração, testifica o milagre de Deus em sua vida e expressa sua adoração a Deus, através de um cântico, onde ela enaltece a soberania de Deus. Quatro verdades são aqui destacadas:

         Em primeiro lugar, a incomparabilidade de Deus (1Sm 2.1,2). Deus é incomparável em sua dignidade. Ele é o Senhor, o Deus Javé, autoexistente, autossuficiente e incriado. Ele é o Deus da aliança, o Deus da salvação, digno de receber toda a adoração. Ele é incomparável em sua santidade, em seu poder e em sua sabedoria. Ele é o único Deus e o único refúgio. Portanto, qualquer arrogância diante dele é pura insensatez e consumada loucura.

         Em segundo lugar, a capacidade de Deus de mudar a sorte tanto dos poderosos quanto dos humildes (1Sm 2.4,5). Deus é poderoso para derrubar alguém altivamente encastelado entre as estrelas e fortalecer o débil, nocauteado por suas fraquezas. O arco dos fortes é quebrado enquanto os fracos são cingidos de força. Deus tira o rico abastado do topo da pirâmide e o faz descer às profundezas da necessidade extrema, mas abastece com abundância de pão aqueles que estavam amargando fome avassaladora. Deus é poderoso para abrir a madre da mulher estéril e fazê-la plenamente fértil e tirar a força daquela que tinha muitos filhos. Aquele que estava em cima cai e vem ao chão e o que estava na lona é levantado e escala as alturas.  Esses fatos não são resultado do acaso nem mesmo consequência da ingerência humana, mas da ação divina.

         Em terceiro lugar, a soberania de Deus na história dos homens (1Sm 2.6-8). Ana proclama neste cântico, com firmeza granítica, que o Senhor é quem tira a vida e a dá. Ele é o doador da vida e só ele tem autoridade para tirá-la. Ele tem autoridade para fazer o homem descer à sepultura e sob o comando de sua voz, os mortos sairão do túmulo. O Senhor é quem empobrece e enriquece o homem. É ele quem faz tanto o rico quanto o pobre. A riqueza não é apenas resultado do engenho humano, mas da providência divina. A pobreza não é apenas fruto da inépcia humana, mas também da soberania de Deus. Compete a Deus abaixar o homem e também exaltá-lo. Ele rebaixa uns e exalta outros. Ele humilha o orgulhoso e honra o humilde.  O Senhor é capaz de pegar um indivíduo na sarjeta, restaurá-lo e fazê-lo assentar-se entre príncipes. Na ciranda vida, os acontecimentos mudam não ao sabor das circunstâncias casuais, mas as cadeiras dançam, pela ação da mão onipotente de Deus.

         Em quarto lugar, a justiça discricionária de Deus (1Sm 2.9,10). Deus conhece e sonda todos os homens. Ele sabe distinguir os piedosos dos perversos. Ele protege os piedosos, mas coloca os perversos em completo desamparo. Aqueles que se insurgem contra Deus e contra o seu ungido jamais prevalecerão. Contra eles o Senhor troveja desde os céus e isso em toda a extremidade da terra. Concluímos, portanto, afirmando que assim como Deus mudou o cenário da história de Ana, ele tem poder também para mudar o cenário de sua vida.



Rev. Hernandes Dias Lopes

Versículo do Dia

    Versículo do Dia Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Lucas 6:43