domingo, 18 de julho de 2021

DEUS, O REFÚGIO DO SEU POVO


            O Salmo 46 fala de Deus como o refúgio do seu povo. Nos versículos 1 a 3 vemos quem Deus é; nos versículos 4-7 onde Deus está; e, nos versículos 8 a 11, o que Deus faz. Nos versículos 1 a 3 vemos Deus sendo refúgio do seu povo, quando a natureza está em fúria. Nos versículos 4 a 7 vemos Deus no meio do seu povo, quando este é sitiado pelos inimigos. Nos versículos 8 a 11 vemos Deus desbaratando os inimigos, impondo a eles completa derrota.


            Diante da convulsão da natureza e das catástrofes naturais somos desafiados a não temer (v. 2). Diante do cerco do inimigo, somos conclamados a não ficar abalados (v. 5). Diante dos poderosos feitos de Deus, colocando termo à guerra e neutralizando seus instrumentos de destruição, somos exortados a compreender a singularidade de Deus, que é exaltado entre as nações.


            Destacaremos, portanto, esses três aspectos deste Salmo:


            Em primeiro lugar, a proteção de Deus (Sl 46.1-3). Não precisamos viver dominados pelo medo, porque Deus é o nosso refúgio, quando somos acuados pelas circunstâncias. Não precisamos sucumbir ao temor porque Deus é a nossa fortaleza, quando o maligno nos assalta. Não precisamos ficar intimidados com as tribulações, porque mesmo nesse beco sem saída, Deus é o nosso socorro bem presente. Não precisamos viver prisioneiros do medo nem mesmo diante das catástrofes da natureza. Terra transtornada, montes se abalando no seio dos mares e águas revoltas a ponto de abalar e estremecer os montes é uma descrição de terror, que coloca em pânico até mesmo os poderosos. Mesmo nessas circunstâncias radicais, de total vulnerabilidade humana, não precisamos temer. A vitória sobre o medo não decorre de nossa força, mas da proteção divina.


            Em segundo lugar, a presença de Deus (Sl 46.4-7). O povo de Deus, mesmo cercado por inimigos perigosos, tem sua alegria renovada pela presença do rio da graça que flui do trono de Deus. A cidade de Deus, simbolizada por Jerusalém, é uma descrição de seu próprio povo. Nessa cidade está a morada do Altíssimo. Somos a habitação de Deus. Somos o templo do Espírito Santo. Deus habita na igreja. Deus está no meio da igreja. Por isso, ela jamais será abalada. Deus é o seu ajudador, por isso, os inimigos não podem prevalecer contra ela. Mesmo que os inimigos sejam muitos e poderosos, mesmo que as nações se enfureçam e os reinos deste mundo se levantem contra Cristo e sua igreja, a cidade de Deus jamais fica abalada, porque o Senhor dos Exércitos está com ela. O Deus de Jacó, o Deus da aliança, é o seu refúgio.


            Em terceiro lugar, o poder de Deus (Sl 46.8-11). O povo de Deus é convidado a vir e ver as obras do Senhor. Ele é quem abate os poderosos, faz despencar os arrogantes e despede vazios os ricos. Ele é quem coloca um ponto final na guerra e impõe uma acachapante derrota aos seus inimigos. Ele é quem desbarata os exércitos inimigos e quem torna em sucata os instrumentos de guerra. Deus abate reinos e destrona reis. Os reinos deste mundo passam. Os poderosos deste século são dissipados com o sopro do Deus Todo-poderoso. O Senhor vindica a sua própria glória, pois é exaltado em toda a terra.


O salmista conclui esta canção, repetindo a monumental declaração: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl 46.7,11). Se aquele que tem as hostes celestiais sob seu comando, o Deus Todo-Poderoso está conosco, não precisamos ter medo; se o Deus de Jacó, o Deus de toda a graça, é o nosso refúgio, jamais precisamos viver abalados. Foi fundamentado neste Salmo que Martinho Lutero escreveu a marselhesa da Reforma, o hino “Castelo Forte”. Milênios passam, séculos ficam para trás e anos voam nas asas do vento, mas Deus continua sendo o nosso refúgio e a nossa fortaleza, de geração em geração.


Rev. Hernandes Dias Lopes

Versículos do Dia

  Versículos do Dia Em breve abateria os seus inimigos, e viraria a minha mão contra os seus adversários. Salmos 81:14