Versículo do dia
Vocês bebem vinho em grandes taças e se ungem com os mais finos óleos, mas não se entristecem com a ruína de José.
Vocês bebem vinho em grandes taças e se ungem com os mais finos óleos, mas não se entristecem com a ruína de José.
A igreja é o povo chamado para fora do mundo, para estar no mundo, mesmo não sendo do mundo, para exercer no mundo misericórdia. Evangelização e ação social não estão em conflito, mas completam-se. A igreja apostólica ao mesmo tempo que levou o evangelho às províncias do império romano, plantando igrejas e alargando as fronteiras do reino de Deus, socorreu os pobres (Gl 2.10; 2Co 8.1-4). A ação social não é um substituto do evangelho, mas uma demonstração de sua eficácia. As boas obras não são a causa de nossa salvação, mas o resultado dela. Somos salvos pela graça, mediante a fé, para as boas obras. Não somos salvos pela fé mais as obras, mas somos salvos pela fé, para as boas obras. Destacaremos três verdades solenes sobre esse magno assunto:
Em primeiro lugar, a igreja é o povo que manifesta ao mundo a misericórdia de Deus. A igreja alcançada pela graça, demonstra ao mundo a misericórdia divina, através de atos concretos de bondade. Devemos demonstrar amor prático aos membros de nossa família, aos domésticos da fé e até mesmo aos nossos inimigos. Nosso amor não deve ser apenas de palavras. Não podemos despedir vazios os famintos nem tapar os ouvidos ao clamor do aflito. Seremos julgados no dia do juízo não só pelas nossas ações, mas também pela nossa omissão. Dar pão ao faminto, água ao sedento, roupa ao nu, abrigo ao forasteiro e visitar os presos e enfermos são demonstrações concretas do amor cristão. Nossa profissão de fé ortodoxa, pregada e cantada dentro do templo precisa ser demonstrada no amor ao próximo fora dos portões.
Em segundo lugar, a igreja é o povo que demonstra o seu amor por Deus ao amar de forma prática os necessitados. Não podemos dizer que amamos a Deus a quem não vemos se não amamos o nosso próximo a quem vemos. O apóstolo João escreve: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17). Tiago corrobora: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tg 2.14-17). O sacrifício que agrada a Deus é o exercício da misericórdia. Na imortal parábola do “bom samaritano”, Jesus destacou que o nosso próximo é todo aquele que está ao nosso alcance, precisando de nosso socorro. O profeta Isaías foi enfático quando disse que o jejum que Deus requer do seu povo é que ele reparta o seu pão com o faminto, recolha em casa os pobres e desabrigados, cubra o nu e não se esconda de seu semelhante (Is 58.7).
Em terceiro lugar, a igreja é o povo que faz do socorro ao necessitado um culto de adoração a Deus. O apóstolo Paulo chamou a oferta recebida da igreja de Filipos de sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Fp 4.18). Quando estendemos as mãos para socorrer o necessitado à nossa porta, isso sobe à presença de Deus como aroma suave. A Bíblia diz que as orações e as esmolas de Cornélio subiram para memória diante de Deus (At 10.4). O sacrifício que agrada a Deus é o exercício da misericórdia. O autor aos Hebreus afirma: “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz” (Hb 13.16). Quando as boas obras da igreja são vistas na terra, Deus é glorificado no céu (Mt 5.16). Quando o serviço da assistência da igreja supre as necessidades dos santos, isso redunda em muitas graças a Deus (2Co 9.12). Ajudar o próximo não deveria ser visto por nós como um pesado dever, mas como uma graça, como um favor imerecido de Deus. O apóstolo Paulo diz que os crentes da Macedônia pediram com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos (2Co 8.4). É hora, portanto, de amarmos o nosso próximo, fora dos portões, não apenas de palavra, mas de fato e de verdade (1Jo 3.18)!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Meu coração palpita, as forças me faltam; até a luz dos meus olhos se foi.
A fé não é cega, pois está edificada sobre Deus. Por isso, a fé não discute, apenas obedece. Abraão foi chamado o pai da fé e ele demonstrou essa verdade em sua vida. A fé em Deus é provada pela obediência. Não somos o que falamos nem o que sentimos. Somos o que fazemos. Destacaremos, aqui, três episódios na vida de Abraão:
Em primeiro lugar, Abraão sai de sua terra para ir para uma terra que Deus lhe mostraria. Abraão não discutiu com Deus, não avaliou os riscos nem adiou a decisão. Simplesmente obedeceu. Tinha setenta e cinco anos, quando começou uma nova empreitada em sua vida, movido pela fé. Precisava romper laços, deixar para trás sua terra, seu povo, sua cultura, sua religião. Movido, entretanto, pela confiança em Deus, obedece sem tardança, para formar uma nação e ser o pai de uma grande multidão. A fé é certeza e convicção. Não está edificada sobre sentimentos, mas sobre a maior de todas as realidades, o caráter de Deus. Você tem obedecido a Deus? Tem andado pela fé? Tem descansado no cuidado divino? Onde está sua segurança: em sua nação, em sua família, em sua cultura, em seus bens? Ponha seus olhos em Deus e viva pela fé!
Em segundo lugar, Abraão, sendo o líder da família, dá a Ló a liberdade de escolha. Houve um conflito entre os pastores de Abraão e os pastores de Ló. Não podiam viver em harmonia mais. Abraão poderia ter despedido Ló, mas deu a ele a liberdade de escolher para onde queria ir. Ló escolheu as campinas verdejantes e deixou para Abraão os lugares secos. A confiança de Abraão não estava na geografia de suas terras, mas em Deus. Não confiava na provisão, mas no provedor. Não tinha seus olhos postos nos campos da terra, mas no Senhor do céu. Foi nesse momento que Deus prometeu dar a ele tudo quanto podia avistar no Norte e no Sul, no Leste e no Oeste. Mais tarde, Ló foi capturado e levado cativo pelos reis daquela terra e Abraão não hesitou em sair em sua defesa. Enfrentou riscos para salvar seu sobrinho e sua família. Obteve retumbante vitória. Foi-lhe oferecido despojos, mas Abraão recusou. Ele não queria nenhuma riqueza que não viesse das mãos do próprio Deus. Seus olhos não estavam na recompensa dos homens, mas na dádiva de Deus. Coisas materiais não seduziam o coração deste homem, cujo coração estava em Deus.
Em terceiro lugar, Abraão atende a voz de Deus e oferece a ele seu filho amado. Abraão abriu mão de sua terra, de seus bens e agora, abre mão de seu filho Isaque. Deus ordena Abraão a ir ao monte Moriá, para ali oferecer Isaque em holocausto. Abraão não argumenta com Deus nem adia a viagem de três dias rumo ao monte do sacrifício. Aquele supremo sacrifício era para o pai da fé um ato de adoração. Havia no seu coração a plena convicção de que Deus providenciaria um cordeiro para o sacrifício. Acreditava até mesmo que Deus poderia ressuscitar seu filho. Sua fé não é vacilante. Sua confiança é inabalável. Seus olhos não estão nas circunstâncias nem depende de seus sentimentos. Abraão tem seus olhos em Deus e vive pela fé. Renuncia tudo por Deus. Entrega tudo a Deus. Confia plenamente em Deus. Então, Deus poupa seu filho, providencia um substituto para o holocausto e amplia ainda mais suas promessas e bênçãos a esse veterano da fé. Oh, que Deus nos faça conhece-lo na intimidade! Que Deus nos capacite a viver nessa absoluta dependência! Que tenhamos total desapego das coisas para dependermos plenamente de Deus! Que tenhamos a coragem de entregar tudo a Deus, inclusive nossa vida, nossos bens, nossa família, nossos filhos, nosso futuro. Deus jamais desampara aqueles que nele esperam. Ele jamais fica em dívida com aqueles que nele confiam. Em Deus podemos confiar!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Versículo do dia
Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo.
1 João 4:4
Os profetas, Jesus e os apóstolos pregaram nas ruas, nas praças, fora dos portões. Eles percorriam as cidades, as vilas, os campos. Estavam onde o povo estava. A missão deles era principalmente centrífuga, para fora dos portões. Hoje, concentramos nossas atividades no templo. Invertemos a ordem. Em vez de irmos lá fora, onde as pessoas estão, queremos que elas venham a nós, onde nós estamos. Nosso testemunho tornou-se intramuros. Nossa missão tornou-se centrípeta, para dentro.
Em vez de irmos ao fundo para lançarmos as redes para pescar, estamos pescando no raso. Fazemos uma pesca de aquário. Multiplicamos nossos esforços para fazermos demorados treinamentos, mas não colocamos em prática o que aprendemos. Fazemos congressos e conferências para aumentarmos nosso cabedal teológico, mas esse conhecimento não se traduz em ação missionária. Cruzamos mares e atravessamos fronteiras para adquirirmos o melhor conhecimento, mas guardamos isso para nós mesmos, para o nosso próprio deleite intelectual. Estamos esticando o nosso cérebro, mas atrofiando os nossos músculos. Conhecemos muito e exercitamos pouco. Sabemos muito e realizamos pouco. Reunimo-nos muito para edificarmos a nós mesmos e saímos pouco para repartirmos o que recebemos. Discutimos muito as doutrinas da graça e anunciamos pouco as boas novas do evangelho.
A discussão é oportuna na defesa do evangelho, mas para alcançarmos os pecadores, precisamos ir além e pregarmos a eles o evangelho. A fé vem pelo ouvir e ouvir o evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Muito embora, nossas atividades no templo sejam ricas oportunidades para trazermos pessoas para ouvirem o evangelho, nossa agenda não pode ser limitada apenas à essas atividades. O projeto de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo. Cada crente deve ser um missionário em sua escola, em seu trabalho, em sua parentela, entre seus amigos. Cada igreja local precisa alcançar com o evangelho o seu bairro, a sua cidade, a sua nação e até mesmo ir além fronteiras. Nossas ações precisam ser deliberadamente focadas na proclamação do evangelho fora dos portões e no discipulado das pessoas alcançadas.
Se não investirmos nosso tempo na obra, vamos nos distrair com outras coisas periféricas. Se não gastarmos nossa energia no trabalho, vamos gastá-la em embates acirrados, discutindo opiniões e preferências. Crente que não trabalha, dá trabalho. Igreja que não evangeliza, precisa ser evangelizada. A igreja é uma agência missionária ou um campo missionário. Muitas igrejas hoje capitularam-se ao comodismo. Fazem um trabalho apenas de manutenção. Estão estagnadas. Não crescem nem têm propósito de crescer. Preferem criar desculpas teológicas para justificar sua covarde omissão. Há denominações históricas na Europa e na América que estão perdendo cerca de dez por cento de sua membresia a cada ano. Há igrejas que já abandonaram o genuíno evangelho e perderam a mensagem. Há igrejas que já perderam o fervor e não proclamam mais, no poder do Espírito, a mensagem da graça. Há igrejas que, embora tenham uma sólida firmeza doutrinária, possuem um pífio desempenho missionário. Oh, que Deus desperte nessa geração uma igreja fiel e relevante, uma igreja que ora com fervor e evangeliza com entusiasmo, uma igreja que edifica os salvos e busca os perdidos. Oh, que Deus derrame sobre nós o poder do seu Espírito! Oh, que Deus revista sua igreja de poder para viver e para pregar! Oh, que Deus traga sobre nós paixão pelas almas e nos tire do comodismo das quatro paredes e nos leve para fora dos portões!
Rev. Hernandes Dias Lopes
“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Jesus é o Cordeiro substituto, providenciado por Deus. Cordeiro perfeito e imaculado. Cordeiro que foi morto, segundo os decretos de Deus, antes mesmo da fundação do mundo (Ap 13.8). Ele é suficiente para uma pessoa (Gn 22), para uma família (Ex 12), para uma nação (Is 53) e para o mundo inteiro (Jo 1.29). O texto em epígrafe enseja-nos três verdades assaz importantes:
Em primeiro lugar, a realidade do pecado. O pecado é uma realidade inegável. Desde que os nossos pais caíram no Éden, toda a raça humana foi precipitada num estado de depravação e miséria. Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Não há homem que não peque. O pecado atingiu todos os homens, de todas as raças, de todos os lugares, de todos os tempos. O pecado é maligníssimo, porque priva o homem da presença de Deus. O pecado faz separação entre nós e Deus. Ele é a causa das tragédias humanas: ódios, assassinatos, raptos, prostituição, violência, ganância, idolatria, feitiçaria. O pecado é filho da cobiça e genetriz da morte. O pecado é treva. Onde domina, há cegueira e escuridão. O pecado é uma farsa. Um engodo mortal. Uma falácia traiçoeira. Promete prazer e paga com desgosto. Promete liberdade e escraviza. Promete vida e mata. O pecado é um embuste. Parece inofensivo como um fiapo podre, mas depois torna-se como correntes grossas. O pecado sempre levará o homem mais longe do que gostaria de ir, retê-lo-á por mais tempo do que gostaria de ficar e custará a ele um preço mais alto do que gostaria de pagar. O pecado é uma isca mortal. Mesmo escondido debaixo dos holofotes dos prazeres, é a causa das mazelas humanas. Seu salário é a própria morte.
Em segundo lugar, a extensão do pecado. O pecado, como um veneno mortífero, não está presente apenas entre alguns povos ou culturas, mas estende seus tentáculos em todo o mundo. Sua capilaridade é universal. Atingiu todos os homens e a própria natureza. Está presente no homem mais erudito e nos mais tosco. Mostra sua carranca assassina entre as pessoas de todas as classes sociais, entre os indivíduos de todos os credos religiosos e realiza suas façanhas nefastas entre pessoas de todas as faixas etárias. A extensão do pecado passa pelos centros urbanos mais populosos e chega às regiões mais escondidas do mundo. Não há sequer uma caverna, por mais escura, onde o pecado não tenha entrado. Não há nenhuma muralha que o mantenha do lado de fora. Ele está encrustado no próprio coração do homem. Davi, o mais ilustre rei de Israel, chegou a dizer que ele foi concebido em pecado. O pecado não é apenas real, ele está presente em todos os tempos, em todas as culturas, entre todos homens.
Em terceiro lugar, a solução para o pecado. João Batista, o precursor do Messias, apontou para Jesus e declarou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O sangue dos cordeiros não era suficiente para tirar os pecados. Por isso, esses sacrifícios precisavam ser repetidos. O propósito deles, era apontar para o Cordeiro imaculado de Deus, que ofereceu a si mesmo, como o sacrifício perfeito e cabal. Jesus veio ao mundo para morrer pelos nossos pecados. Ele morreu e com seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação. Ele foi o sacerdote e o sacrifício. Ele foi o ofertante e a oferta. Ele, sendo Deus, ofereceu um sacrifício de valor infinito. Sendo homem, estava habilitado a ser o nosso substituto. Na cruz, Jesus levou os nossos pecados, pagou a nossa dívida e cumpriu, de uma vez para sempre, as demandas da lei. A justiça divina foi satisfeita. Como nosso fiador, ele morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Só nele temos perdão e redenção. Só em seu nome há salvação. Por meio dele somos reconciliados com Deus e recebemos o dom da vida eterna.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Versículo do dia
Agora, nosso Deus, damos-te graças, e louvamos o teu glorioso nome.
1 Crônicas 29:13
Há uma estreita conexão no livro de Atos dos Apóstolos entre plenitude do Espírito Santo e pregação. Sempre que a igreja foi revestida com o poder do Espírito, ela saiu para pregar. O Espírito Santo é derramado para levar a igreja para fora dos portões. O Espírito desce sobre a igreja e a igreja sai para anunciar a palavra de Deus. O Espírito vem sobre a igreja e a igreja vai lá fora onde os pecadores estão para levá-los a Cristo.
Em Atos 1.8 há a promessa do revestimento de poder. No Pentecostes essa promessa se cumpre e a igreja é capacitada para ser testemunha até aos confins da terra. Em Atos 2.4, os cento e vinte discípulos que estavam no cenáculo ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar as grandezas de Deus. O apóstolo Pedro, cheio do Espírito Santo, levantou-se para pregar uma mensagem Cristocêntrica e quase três mil pessoas foram salvas (At 2.14-41). Em face da prisão e da ameaça aos apóstolos, a igreja em vez de se intimidar, orou com fervor, pedindo intrepidez para pregar. O Espírito desceu sobre eles e encheu a todos e, com intrepidez, anunciaram a palavra de Deus (At 4.31). Em Atos 6.3 vemos os apóstolos escolhendo dentre os irmãos homens cheios do Espírito Santo para ocuparem a diaconia das mesas. O resultado foi o crescimento da palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos (At 6.7). Estêvão, cheio do Espírito Santo, graça e poder fazia prodígios e grandes sinais entre o povo e ninguém podia resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava (At 6.8,10). Seu sermão foi um verdadeiro passeio pela história da redenção (At 7.1-60).
Em face da perseguição da igreja em Jerusalém, todos os crentes exceto os apóstolos foram dispersos (At 8.1), mas os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra (At 8.4). Felipe, que era um homem cheio do Espírito Santo (At 6.3-5), desceu a Samaria e ali pregou aos ouvidos e aos olhos e viu grandes multidões atendendo, unânimes, às coisas que ele dizia (At 8.6). Logo que Saulo foi convertido a Cristo, depois de ser curado, batizado e cheio do Espírito Santo, passou a pregar nas sinagogas, a Jesus, afirmando ser ele o Filho de Deus e, ainda, demonstrando ser ele o Cristo, o Messias (At 9.17,18; 9.20,23).
Uma igreja que caminha no conforto do Espírito é uma igreja que cresce em números (At 9.31). Barnabé e Saulo, enviados pelo Espírito Santo, saíram para a primeira viagem missionária. Pregaram aos ouvidos e aos olhos e igrejas foram plantadas e liderança foi estabelecida nas igrejas (At 13 e 14). A obra de Deus avançou no poder do Espírito e igrejas foram plantadas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. A igreja saiu de Jerusalém e chegou a Roma, o coração do império.
A igreja ainda hoje precisa caminhar na força do Espírito. Antes de Jesus enviar a igreja ao mundo, enviou o Espírito à igreja. Essa ordem não pode ser invertida. A obra de Deus não pode ser feita na força do braço da carne. Não haverá pregação poderosa para o crescimento da igreja a não ser que o Espírito Santo nos capacite. A pregação deve ser lógica em fogo vinda de um pregador que está inflamado pelo fogo do Espírito. Os resultados pífios da pregação hoje devem-se à nossa fraqueza espiritual. Falta oração e poder. Falta quebrantamento e fervor. Temos luz na mente, mas não fogo no coração. Temos conhecimento, mas falta-nos o poder do Espírito. O preparo humano não pode dispensar a capacitação divina. Precisamos estudar a ponto de sermos obreiros aprovados, mas precisamos, de igual modo, dobrar os joelhos e pedirmos o revestimento do poder do Espírito. Não podemos falar ao povo apenas da plenitude da nossa cabeça e do vazio do nosso coração. Precisamos ter a mente cheia da verdade e o coração aquecido pelo fogo do céu. Precisamos de ortodoxia e piedade, conhecimento e poder. Precisamos da capacitação do céu para sermos embaixadores de Deus na terra. Precisamos do poder de Deus para pregarmos com eficácia aos homens!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Versículo do dia
dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
Efésios 5:20
O apóstolo Paulo, da primeira prisão de Roma, escreve para Filemon e diz acerca de si mesmo: “Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus” (Fm 9). Esse grande bandeirante do Cristianismo, depois de passar três anos na Arábia, ser perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém e esquecido em Tarso, agora é chamado por Deus para a obra missionária. Realiza três viagens e planta igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor.
Ao viajar para Jerusalém, para levar oferta aos pobres da Judeia é preso e jurado de morte. De Jerusalém é transferido para Cesaréia Marítima, quartel general de Roma em Israel, e passa dois anos detido, sob forte acusação dos judeus, sob a égide dos governadores Félix e Festo. Em virtude da inclinação de Festo para entregá-lo ao sinédrio para granjear apoio político dos judeus e sabendo que o sinédrio tramava sua morte à traição, usando seu direito de cidadão romano, exigiu ser julgado em Roma, diante de César.
Depois de uma viagem turbulenta e o enfrentamento de terrível naufrágio, Paulo chega em Roma. Chega não como sonhara chegar. Chega algemado, e nessa prisão fica dois anos, período em que vê a igreja sendo despertada pelo seu exemplo. Vê, ainda, toda a guarda pretoriana, os soldados de elite do imperador, sendo evangelizados. Em vez de capitular-se ao desânimo nessa prisão, escreve cartas abençoadoras às igrejas de Éfeso, Filipos e Colossos e ainda uma carta pessoal a Filemon. É nessa epístola a esse homem que hospedava a igreja de Colossos em sua casa, que o veterano apóstolo refere-se a si mesmo como Paulo, o velho.
A velhice de Paulo não foi um sinal de fraqueza, mas de robusta experiência. Ele não ensarilhou as armas nem tirou do mastro sua bandeira. Ao contrário, lutou ainda com mais denodo pela causa do evangelho. Dessa prisão ele saiu para realizar a quarta viagem missionária. Deixou Timóteo em Éfeso, Tito em Creta, passou por Nicópolis e mui provavelmente foi à Espanha como era seu desejo. Nesse tempo, começa a perseguição romana contra a igreja, sendo os crentes acusados de agentes do incêndio do Roma. Paulo foi preso novamente e dessa prisão saiu para o martírio.
O velho apóstolo, não deixou herança; apenas cicatrizes. Não ajuntou riquezas na terra, mas acumulou rico tesouro no céu. Não pautou sua vida pela busca de conforto pessoal, mas doou-se, sem reservas, para que o evangelho chegasse a todos os gentios. Mesmo suportando solidão, abandono, traição, privação e ingratidão no final da vida, não fechou as cortinas de sua história com amargura na alma, mas com um cântico de exaltação a Cristo em seus lábios.
A velhice, conforme a avaliação do grande evangelista Billy Graham, não é para os fracos. Chegar à velhice é um privilégio, mas as rugas nem sempre são um sinal de vitória. Muitos acumulam apenas anos e chegam diante de Deus de mãos vazias, com o coração cheio de remorso pelas oportunidades perdidas. Muitos investem apenas em si mesmos e não fazem qualquer semeadura para abençoar outras pessoas. Outros chegam não com as cicatrizes do sofrimento pelo evangelho, mas com os troféus de palha que conquistaram para a sua própria promoção. A velhice de Paulo não o livrou da prisão, mas suas cãs inspiram ainda hoje multidões a andarem com Deus. Suas cicatrizes custaram-lhe gemidos e lágrimas, mas motivam milhares ainda hoje a dar sua vida por Cristo. Seu legado não matricula os homens na escola do enriquecimento, mas estimula uma vasta multidão a não considerar a vida preciosa para si mesma, mas a completar a carreira que recebeu do Senhor Jesus, para testemunhar o evangelho da graça.
Que Deus nos ajude a semear na vida com exultação ou mesmo com lágrimas, para que, na velhice, possamos nos apresentar diante de Deus, trazendo em nossas mãos farturosos feixes!
Rev. Hernandes Dias Lopes
17 Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação.
18 Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir.
19 Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida.
Jesus subira com Pedro, Tiago e João para um alto monte, a fim de orar. Lá ele foi transfigurado na presença deles. Mesmo vendo milagres no topo dessa montanha, os discípulos não oraram. Por isso, estavam desprovidos de entendimento. Não compreenderam a centralidade da pessoa nem da missão de Jesus. Em vez de se deleitarem em Deus, passaram a ter medo dele. Os discípulos que ficaram no sopé do monte também não oraram. Em vez de fazerem a obra, discutiram com os escribas, os maiores opositores de Jesus. A apologética é necessária quando se trata da defesa da fé, mas apenas discutir a obra em vez de fazer a obra é uma perda de foco e um perigo ameaçador para a igreja.
No vale, enquanto os discípulos discutem com os escribas, um pai aflito busca ajuda para seu filho endemoninhado. Esse homem recorre aos discípulos, mas eles não puderam libertar o seu filho. Em vez de orar e libertar os cativos, eles estavam gastando toda a sua energia numa discussão infrutífera. Em vez de socorrer os aflitos e fazer a obra, estavam discutindo a obra com os inimigos da obra.
Enquanto a igreja se distrai, discutindo a obra ano após ano, no conforto do templo, o diabo age destruindo famílias. Aquele jovem endemoninhado era jogado na água, no fogo e na terra por uma casta de demônios e isso desde sua infância. Havia um grande sofrimento naquela família. A esperança de encontrar nos discípulos de Jesus uma saída para esse drama fracassou. Eles estavam sem poder. Tinham perdido o foco. Estavam gastando todo o tempo discutindo a obra em vez de fazer a obra.
Enquanto os discípulos discutem, as multidões perecem, os cativos não são libertos e os demônios não são confrontados. Oh, como esse fato deveria nos despertar! Gastamos muito tempo discutindo nossas doutrinas, defendendo nossos posicionamentos, combatendo nossos opositores, mas investimos muito pouco tempo fazendo a obra de Deus. Por isso, o crescimento da igreja é tão inexpressivo. Não adianta apenas dizer que temos uma boa doutrina. Que a palavra de Deus é poderosa! Que a semente tem vida em si mesma! Que ela é irresistível! Essa semente só vai frutificar se nós a semearmos. Não basta apenas defender o evangelho. Importa também pregá-lo no poder do Espírito Santo. A fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus. Há igrejas que estão ficando desidratadas de tanto de discutir. Sempre teremos mais um assunto novo para discutir ou se nos falta um novo assunto, repisamos os antigos. Essa agenda nunca se esgotará. Enquanto ficarmos agarrados com essas discussões inócuas, a igreja não terá resposta para o mundo aflito e atormentado pelas hordas demoníacas.
Quando aquele pai aflito buscou a Jesus e o informou que seus discípulos não puderam libertar seu filho, Jesus soltou uma exclamação de dor: “Oh, geração incrédula e perversa, até quando vos suportarei?”. A falta de poder na igreja causa dor no coração do nosso Salvador. Jesus, então, libertou o menino e o devolveu a seu pai. O mal foi vencido. As trevas foram derrotadas. O evangelho prevaleceu. A falta de poder na igreja impede os cativos de serem libertos. A falta de poder na igreja é um entrave para o seu crescimento. É tempo de avaliarmos nosso coração, nossa vida, nossa agenda, nossa igreja. É tempo de sairmos da arena da discussão, para o campo da ação. É tempo de fazermos a obra em vez de apenas discutir sobre a obra. É tempo de orar e jejuar. É tempo de buscarmos o poder do Espírito Santo. É tempo de sermos uma igreja viva e operosa, que leva a esperança da salvação para fora de seus portões!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Ele lhes disse: "Quem traz uma candeia para ser colocada debaixo de uma vasilha ou de uma cama? Acaso não a coloca num lugar apropriado?
Deus é soberano e faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, mas sendo ele soberano, escolheu agir em resposta às orações do seu povo. Orar é conectar o altar com o trono, a fraqueza humana à onipotência divina. Orar é falar com aquele que está entronizado acima dos querubins e governa o universo. Não há nenhuma força mais poderosa na terra do que a oração, pois a palavra de Deus diz que muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
Pela oração situações humanamente irremediáveis acontecem. Ana orou ao Senhor e tornou-se alegre mãe de filhos, inobstante ser estéril. Deus derrotou o poderoso exército da Assíria em resposta às orações do rei Ezequias. Esse mesmo rei foi curado de uma enfermidade mortal, em resposta ao seu clamor e às suas lágrimas. A oração aciona o braço do Onipotente!
Pela oração, as mui ricas e preciosas promessas de Deus são apropriadas. Tiago escreveu: “Nada tendes, porque nada pedis”. Jesus ensinou: “Pedi e dar-se-vos-á, porque todo o que pede recebe”. Bênçãos são retidas quando as orações não sobem ao trono da graça. Mas, promessas são cumpridas quando o povo de Deus ergue sua voz aos céus. Pela oração apropriamo-nos das promessas divinas.
Pela oração, enfermos são curados. Portanto, devemos orar pelos enfermos. Deus cura com os meios, sem os meios e apesar dos meios. Ele cura segundo o seu propósito e sua soberana vontade. Quando ele deixa de curar é, de igual modo, para mostrar como o seu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Porém, jamais devemos calar a nossa voz diante do sofrimento, seja nosso ou dos nossos irmãos. Deus é poderoso para reverter a situação mais adversa. Ele pode transformar choro em alegria, desespero em esperança, o cheio da morte em aroma de vida.
Pela oração, a igreja é fortalecida com poder para testemunhar. A igreja avança mais rápido e com mais vigor quando caminha de joelhos. É quando nos prostramos diante de Deus que podemos nos levantar diante dos homens. É quando nos curvamos diante de Deus em oração que podemos nos levantar para pregar com eficácia. Não há pregação poderosa sem que primeiro os joelhos se dobrem. Precisamos falar com Deus antes de falar aos homens. Precisamos conhecer o poder de Deus através da oração antes de sermos usados por Deus na pregação.
Pela oração, a igreja transforma as ameaças do mundo em ousadia para testemunhar com intrepidez. A perseguição jamais enfraqueceu a igreja. Ao contrário, leva-a ainda mais longe em sua ousadia, para clamar aos céus, rogando intrepidez e poder para testemunhar. Foi assim com os apóstolos diante da perseguição do sinédrio judaico. Foi assim com os crentes primitivos diante da amarga e truculenta perseguição dos imperadores romanos. Foi assim ao longo da história da igreja. O sofrimento põe a igreja de joelhos e quando a igreja se ajoelha ela é mais forte do que um poderoso exército. A igreja transforma as ameaças do mundo em oportunidades para buscar a face do Onipotente e sair desse campo das lágrimas revestida com o poder do Espírito Santo.
Pela oração, a igreja se deleita em Deus mais do que nas obras de Deus. O maior privilégio da oração é ter intimidade com Deus e deleitar-se nele. Quanto mais nos regozijamos em Deus, mas ele se deleita em nós. Quanto mais nos apegamos ao Altíssimo, mais temos gozo nele e motivos para andarmos com ele. Nosso maior problema não é a presença do adversário, mas a ausência de Deus. Nossa maior riqueza não são as bênçãos de Deus, mas o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que suas bênçãos. Ele é mais excelente do que suas mais excelentes dádivas. Oh, que a igreja redescubra as bênçãos da oração! Oh, que a igreja deixe de fazer a obra na força do braço humano, para recorrer aos insondáveis recursos divinos. Oh, que a igreja se prostre diante de Deus em oração, para levantar-se diante dos homens em testemunho!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Versículo do Dia Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Salmos 19:12