Versículo do dia
Ó minha força, canto louvores a ti; tu és, ó Deus, o meu alto refúgio, o Deus que me ama.
Ó minha força, canto louvores a ti; tu és, ó Deus, o meu alto refúgio, o Deus que me ama.
O evangelho de João prova, de forma cabal, a divindade de Jesus Cristo. Faz isso, usando dois expedientes. Primeiro, mostrando que ele tem os mesmos atributos de Deus e, segundo, provando que ele realiza as mesmas obras de Deus. Por isso, João seleciona em seu evangelho sete milagres de Cristo e também sete afirmações, onde ele se autoproclama o grande EU SOU. Vejamos:
Em primeiro lugar, EU SOU o Pão da Vida (Jo 6.35). Jesus é o Pão vivo que desceu do céu, e quem dele se alimenta viverá eternamente. O pão da terra é apenas um símbolo de Jesus, o Pão do céu. Jesus é aquele que nutre nossa alma e sustenta nosso corpo. É por meio dele que vivemos, nos movemos e existimos. Nele temos rica e completa provisão para o tempo e para a eternidade.
Em segundo lugar, EU SOU a Luz do Mundo (Jo 8.12). Jesus é a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem. Ele é a luz do mundo porque tem luz própria. Ele não deriva sua luz de ninguém. Ele é a luz que prevalece sobre as trevas. Aquele que segue a Jesus não tropeça e sabe para onde vai. Como a lua nós, filhos de Deus, também brilhamos, mas não temos luz própria. Só somos luz do mundo na medida que refletimos, no mundo, a luz de Cristo. Só ele tem luz própria. Ele é o Sol da Justiça!
Em terceiro lugar, EU SOU a Porta (Jo 10.9). Jesus é a porta da salvação, da libertação e da provisão. Há portas que quando o homem entra por elas, não consegue mais sair. São portas que prendem e conduzem à escravidão. Quem entra pela porta que é Jesus será salvo. Entra e sai. Tem plena liberdade. E ainda encontra pastagens, rica, plena e abundante provisão.
Em quarto lugar, EU SOU o Bom Pastor (Jo 10.11). Jesus é o bom pastor e como bom pastor, ele dá a vida pelas suas ovelhas. Como o bom pastor morreu pelas suas ovelhas. Jesus é grande pastor que vive pelas suas ovelhas. Ele está à destra do Pai, como nosso pastor sacerdote. Ele apascenta o seu povo e intercede por ele. Como supremo pastor, Jesus voltará para as suas ovelhas, trazendo para elas o seu galardão. A ovelha que tem Jesus como pastor tem plena provisão. Nada lhe falta.
Em quinto lugar, EU SOU a Ressurreição e a Vida (Jo 11.25). Jesus disse para Marta em Betânia que ele é a ressurreição e a vida. Ele entrou nas entranhas da morte, arrancou a aguilhão da morte e matou a morte ao ressuscitar dentre os mortos como as primícias dos que dormem. Aquele que nele crê não morrerá eternamente, mas passou da morte para a vida. Agora a morte não tem mais a última palavra nem é o nosso último endereço. A morte foi vencida. Tragada foi a morte pela vitória!
Em sexto lugar, EU SOU o Caminho, e a Verdade, e a Vida (Jo 14.6). Jesus é o Caminho para Deus, por onde devemos andar, a Verdade absoluta que devemos crer e a Vida verdadeira que devemos viver. Ele não um caminho dentre muitos. Ele é o único, novo e vivo caminho para Deus. Ele não é uma verdade dentre tantas outras. Ele é a única verdade que sacia a nossa mente, aquieta a nossa alma e plenifica a nossa alma. Ele não é uma vida entre outras tantas. Ele é a vida. Ele tem vida em si mesmo e dá vida eterna a todos os que nele creem.
Em sétimo lugar, EU SOU a Videira Verdadeira (Jo 15.1). Jesus é a videira verdadeira e nós somos os ramos. Precisamos estar enxertados nele. Dele vem a seiva da vida. Dele vem os frutos que glorificam a Deus. Nosso propósito nessa união mística com ele é produzirmos muito fruto. Se não estamos produzindo esses frutos, somos podados pela tesoura de Deus, o Viticultor, a fim de produzirmos bons frutos. Assim como um ramo não tem vida em si mesmo fora do tronco, assim também, não temos vida à parte de Cristo. Ele é a fonte da vida. Ele é o manancial de onde jorra toda graça para o nosso viver. Jesus é o grande EU SOU, o Deus autossuficiente. Ele é tudo para nós. Nele, o grande EU SOU, temos vida e vida em abundância!
Rev. Hernandes Dias Lopes
De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando.
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…” (At 15.28).
A Igreja Primitiva caminhava em obediência à orientação do Espírito Santo. As decisões eram tomadas em submissão à sua soberana vontade. Líderes eram escolhidos conforme seu querer. A direção missionária da igreja era dada pelo Espírito Santo. As decisões doutrinárias da igreja, de igual forma, eram feitas sob a égide do Espírito Santo. Esse modelo não se caducou. Não pode ser alterado. O Espírito Santo nos foi dado para guiar-nos à toda a verdade. Sua direção é dentro da Palavra de Deus e não fora dela. Seu propósito é sempre exaltar a Cristo. Sua vontade está sempre afinada com o supremo propósito do Pai. Portanto, a igreja precisa, constantemente, curvar-se à direção do Espírito Santo, para que marche firme e resoluta rumo à obediência e à santidade.
Hoje, a igreja reúne-se para escolher seus líderes: presbíteros e diáconos. Depois de orar e buscar a vontade de Deus, chegou a hora de escolher aqueles que, devem ocupar um posto de serviço e não de prestígio. Essa escolha não pode ser feita de acordo com o padrão do mundo. No mundo quanto maior é o homem mais servos ele tem a seu serviço; no reino de Deus, quanto maior um homem é, mais pessoas ele serve. O padrão do mundo destaca o homem pelos seus predicados intelectuais e financeiros; mas no reino de Deus, o homem é reconhecido pela sua humildade e piedade. No reino de Deus a pirâmide está invertida. O maior é o menor e o menor é o maior.
Devemos rogar a Deus, com temor e tremor, a fim de que sua vontade seja feita e que homens fiéis e cheios do Espírito Santo sejam eleitos para governarem e para servirem à igreja com o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Precisamos de pastores servos e de servos pastores. Precisamos de homens firmes na Palavra e amáveis no trato. Homens que tenham conhecimento e sabedoria. Homens que amem a Cristo e apascentem suas ovelhas. Homens que sejam doutos na Palavra e dedicados ao ensino. Homens que sejam intolerantes com o pecado e compassivos com os pecadores. Homens que celebram com o rebanho e também chorem suas dores. Homens que inspirem mais pelo exemplo do que pelo discurso. Homens que vivam o que ensinam e preguem como se jamais tivessem oportunidade de pregar novamente. Homens que conheçam o estado de suas ovelhas e desçam aos lugares mais perigosos para resgatar aquela que caiu. Homens que cuidem das ovelhas que estão seguras no aprisco e saiam em busca da que se desviou.
Precisamos de homens que cuidem dos enfermos e supram as necessidades dos aflitos. Homens que se afadigam na Palavra e oram sem esmorecer. Homens que sejam exemplos de piedade no lar e padrão dos fiéis no seu trabalho. Homens que sejam respeitados dentro do lar e tenham bom testemunho dos de fora. Homens que não gastem seu tempo com conversas frívolas nem sejam amigos de contendas. Homens cujo temperamento seja controlado pelo Espírito e transmitam graça no abrir de sua boca. Homens de verdade e homens de honra. Homens cheios do Espírito Santo, cheios de fé e cheios de sabedoria. Homens cheios de graça e cheios de poder. Homens cuja vida seja avalista de suas palavras. Homens fervorosos de espírito e não religiosos carregados de tradições. Homens que tenham luz na mente e fogo no coração. Homens que tenham zelo por Deus e profunda compaixão pelos perdidos. Oh, que Deus nos oriente para que nessa assembleia, possamos agir de tal forma na escolha de nossos líderes, que ao final possamos dizer: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós”.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Versículo do dia
Amados, não lhes escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que vocês têm desde o princípio: a mensagem que ouviram.
“E, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão filhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente” (Mt 21.19).
Jesus já havia subido a Jerusalém para a festa da páscoa. Estava mergulhado na sombra da cruz. Era sua última semana, antes de ser preso, julgado, condenado e pregado na cruz. Jesus saíra de Jerusalém para pernoitar em Betânia e logo de manhã estava de volta à cidade que o aclamara e à cidade que, liderada pelos sacerdotes, reivindicaria sua morte. Cedo de manhã, ao voltar para Jerusalém, teve fome. Nesse momento, ele vê uma figueira à beira do caminho. Aproxima-se dela, mas não encontrou nenhum fruto, apenas folhas. Jesus, então, pronuncia seu juízo à figueira. Aquela que, fazendo propaganda de frutos, deles estava desprovida, foi sentenciada a ficar sem frutos. Imediatamente a figueira secou. Que lições podemos aprender com esse episódio?
Em primeiro lugar, folhas sem frutos são aparências que enganam. Na figueira, as folhas vêm depois dos frutos. Se a figueira tinha folhas, logo, anunciava ter frutos. Mas sua aparência era enganosa. Assim, também, muitas pessoas parecem ser espirituais. Estão estrategicamente posicionadas à beira do caminho. Chamam a atenção para seu porte, para sua linda roupagem, para sua atrativa aparência. Estão revestidos de folhas, mas desprovidas de frutos. Fazem propaganda de frutos, mas só têm folhas. Sua vida é uma mentira. Seu discurso é um engano. Sua espiritualidade é uma farsa.
Em segundo lugar, folhas sem frutos são propaganda que decepcionam. A figueira primeiro produz frutos e depois brotam as folhas. As folhas protegem os frutos, mas não são um substituto deles. Os frutos vêm antes das folhas. Folhas sem frutos são propaganda enganosa. Consumada hipocrisia. Discurso sem vida. Espiritualidade falaciosa. Jesus estava com fome. A figueira, por ter folhas, fazia propaganda de seus frutos. Mas, ao examiná-la, Jesus não encontra nela frutos. Aquela figueira era uma decepção.
Em terceiro lugar, folhas sem frutos são promessas que fracassam. Jesus não encontra frutos na figueira para matar sua fome. Chegou faminto e saiu faminto. A promessa de frutos era exuberante, mas a realidade dos frutos inexistente. Havia um abismo entre o que figueira demonstrava e o que de fato a figueira era. Mesmo à beira do caminho, gerando tantas expectativas e as mais santas, frustrava a todos. Sua mensagem aos transeuntes era propaganda enganosa. Suas promessas eram um consumado fracasso.
Em quarto lugar, folhas sem frutos desembocam em severo juízo. Mateus registra a palavra severa de Jesus à figueira: “Nunca mais nasça fruto de ti” (Mt 21.19). Marcos, de igual forma, registra: “Nunca jamais coma alguém fruto de ti!” (Mc 11.14). Imediatamente após a sentença de Jesus, a figueira secou e secou até à raiz (Mc 11.20). A maldição que caiu sobre aquela figueira foi permanecer como estava, sem frutos. O que Jesus fez, foi arrancar sua máscara e sentenciá-la a permanecer estéril. Jesus não amaldiçoou aquela figueira. Ela já era uma maldição. Não passava de uma consumada mentira.
Esse milagre operado por Jesus, demonstrando seu juízo à figueira estéril tinha o propósito de alertar a respeito da falsa espiritualidade de Israel e de seus líderes, que embora, ostentassem grande pompa religiosa, estavam desprovidos dos frutos da piedade. Esse milagre é um alerta para nós, ainda hoje. Jesus não se contenta com folhas, ele quer encontrar em nós frutos!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Nada acrescentem às palavras que eu lhes ordeno e delas nada retirem, mas obedeçam aos mandamentos do Senhor, o Deus de vocês, que eu lhes ordeno.
“Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne” (Ef 5.31).
O casamento é uma instituição divina. Deus instituiu o casamento para a sua glória, a felicidade do ser humano e a perpetuação da raça. Esta conceituada instituição, inobstante sua origem divina, tem sido atacada com rigor desmesurado, e isso, desde os tempos mais remotos. À luz do texto em epígrafe, três são os preceitos divinos sobre o casamento. Vejamos:
Em primeiro lugar, o casamento é heterossexual. “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher…”. O casamento tem um deixar e um unir-se. Antes do homem unir-se à sua mulher, precisa deixar pai e mãe. Mas o homem que deixa pai e mãe, deixa-os para se unir à sua mulher e não a outro homem. O casamento, segundo os preceitos divinos, não é a união entre um homem e outro homem nem entre uma mulher e outra mulher. A relação homoafetiva, embora, receba a aprovação dos homens, não encontra a aprovação de Deus. Os preceitos divinos não ficam de cócoras diante dos preceitos humanos. Aquilo que a sociedade, adoecida pelo pecado, chama de amor, a palavra de Deus chama de paixão infame. Aquilo que dizem ser um acerto, a palavra de Deus chama de erro. Aquilo que dizem ser natural, a palavra de Deus diz que é antinatural. Aquilo que dizem ser uma conquista, a palavra de Deus diz que é uma torpeza (Rm 1.24-28). Nenhuma tribunal humano, por mais conspícuo, pode desfazer os preceitos divinos. Não são as leis humanas que legitimam a palavra de Deus, mas é a palavra de Deus que a todas as leis julga. O casamento conforme instituído por Deus foi, é, e sempre será heterossexual. O que passar disso é fruto do enganoso coração humano.
Em segundo lugar, o casamento é monogâmico. “… deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher”. O casamento é a relação entre um homem e uma mulher e não entre um homem e várias mulheres nem a união entre uma mulher e vários homens. A poligenia (a união de um homem com várias mulheres) e a poliandria (a união de uma mulher com vários homens) estão fora do propósito divino. Muito embora a poligamia fosse corrente em algumas culturas, os preceitos divinos sobre a monogamia são meridianamente claros. Na criação, Deus deixou isso evidente em Gênesis 2.24: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Na entrega dos dez mandamentos, a lei moral de Deus, essa mesma verdade foi reafirmada em Êxodo 20.17: “… não cobiçarás a mulher do teu próximo…”. Na dispensação da graça, Jesus consolidou esse mesmo princípio em Mateus 19.4,5: “… não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?”. Fica, pois, meridianamente claro que o casamento além de ser heterossexual é, também, monogâmico!
Em terceiro lugar, o casamento é monossomático. “… e se tornarão uma só carne”. Deus criou o homem e a mulher, o macho e a fêmea. Deus criou-os com a capacidade de amarem e serem amados, sentir prazer e dar prazer. O sexo é puro, santo e deleitoso. Porém, o sexo só deve ser desfrutado no contexto sacrossanto do casamento. No casamento, o homem e a mulher tornam-se uma só carne. O sexo antes do casamento é fornicação e aqueles que o praticam estão debaixo do juízo divino (1Ts 4.3-8). O sexo fora do casamento é adultério e só aqueles que querem se destruir cometem tal loucura (Pv 6.32). O sexo no casamento, porém, é uma ordenança divina (1Co 7.5). O sexo no casamento é como as águas de um rio. Quando essas águas correm dentro do leito, levam vida e prazer por onde passam, mas quando transbordam e saem do leito, levam destruição aonde chegam. Resta claro, portanto, afirmar: o casamento é heterossexual, monogâmico e monossomático. O que passar disso, não vem de Deus.
Rev. Hernandes Dias Lopes
No célebre Sermão do Monte, Jesus mostrou, de forma eloquente, que o reino de Deus é um reino de ponta-cabeça. A pirâmide está invertida. Feliz é aquele que nada ostenta diante de Deus e ainda chora pelos seus pecados. Feliz é aquele que abre mão dos seus direitos em vez de oprimir o fraco para reivindicar até direitos que não tem. Feliz é o que abre sua mão ao necessitado e não o que explora para enriquecer-se. Feliz é o que constrói pontes de contato entre as pessoas e não aquele que cava abismos de inimizades entre as pessoas. Feliz é o que ama e pratica a justiça e não aquele que usa as filagranas da lei para auferir vantagens próprias. Feliz é aquele que busca a santidade e não aquele que rasga a cara em ruidosas gargalhadas carregadas de lascívia. No reino de Deus ser perseguido por causa da justiça é melhor do que fazer injustiça e pousar de benemérito da sociedade.
A ética do reino de Deus não afrouxa as exigências da lei para render-se à licenciosidade sem freios. Se nos reinos do mundo, o forte prevalece sobre o fraco e o poder da vingança esmaga até os inocentes, no reino de Deus, o perdão é maior do que a vingança e a busca da reconciliação é melhor do que a vitória num tribunal. Nos reinos do mundo, os homens se satisfazem com as ações certas sob a investigação da lei, no reino de Deus, até mesmo as motivações do coração são contadas. Odiar alguém é matá-lo no coração; olhar para uma mulher com intenção pura é adulterar com ela. Se os tribunais da terra só podem julgar palavras e ações; no reino de Deus, o tribunal divino julga até mesmo as intenções.
Na ética do mundo, o casamento está cada vez mais enfraquecido e o divórcio cada vez mais robusto. No reino de Deus, divorciar-se por qualquer motivo é entrar pelos corredores escuros do adultério e arruinar não apenas a própria vida, mas também a família. Na ética do mundo, o sexo tornou-se banal e promíscuo. Toda sorte de aberrações sexuais são aplaudidos e incentivados, mas no reino de Deus, exige-se a pureza no coração e a fidelidade nos relacionamentos.
Na ética do mundo, a espiritualidade é uma encenação na passarela da vaidade. Os homens são aplaudidos por aquilo que aparentam ser e não pelo que de fato são. No reino de Deus, a espiritualidade verdadeira não busca holofotes nem aplauso dos homens, porque visa exclusivamente agradar a Deus, que tudo vê em secreto e a todos sonda. Na ética do mundo, os homens julgam temerariamente e ao mesmo tempo que expõem os pecados do próximo, promovem a si mesmos. No reino de Deus, o indivíduo é rigoroso ao tratar seus próprios pecados, mas é compassivo para lidar com os pecados do próximo. Na ética do mundo, ser grande é acumular riquezas na terra, construir impérios financeiros e ostentar poder econômico. No reino de Deus, ser rico é ajuntar tesouros no céu, onde os ladrões não roubam nem a traça e a ferrugem corroem. Nos reinos do mundo, os homens vivem ansiosos pelas coisas que perecem, enquanto os filhos de Deus buscam em primeiro lugar o reino de Deus que é eterno. No ética do mundo, os falsos profetas são tidos em alta conta e recebem dos homens todo prestígio e acolhida. Mas, para os filhos do reino eles são falsos ministros, que pregam um falso evangelho, produzindo falsos crentes.
Na ética do mundo, o que importa é aparência. Por isso, a insensatez prevalece. Os homens escutam a verdade, mas não a colocam em prática. Constroem sua casa sobre a areia, para vê-la desmoronar na chegada da tempestade. No reino de Deus não basta ouvir ou conhecer, é preciso praticar. Não basta construir sua casa, é preciso construí-la sobre a rocha. Não basta ter uma casa segura aos olhos dos homens, é preciso que essa casa permaneça inabalável diante das tempestades da vida.
O reino de Deus está em oposição aos reinos deste mundo. Os reinos deste mundo são aplaudidos agora, mas entrarão em colapso depois. Ostentam sua riqueza agora, mas depois ficarão completamente desamparados. Drapejam suas bandeiras de sucesso agora, mas serão cobertos de opróbrio na manifestação de nosso glorioso Redentor. Então, todos os reinos deste mundo passarão, mas o reino de Cristo, mesmo sendo agora um reino de ponta-cabeça, jamais findará.
Rev. Hernandes Dias Lopes
O lugar mais alto que uma pessoa estar é aos pés do Salvador. É ali que encontramos abrigo para a nossa alma nas travessias pelos mares encapelados da vida.. É ali que encontramos segurança para o nosso coração, diante dos terrores que nos assustam. É ali que encontramos uma fonte inesgotável de alegria, mesmo que as lágrimas rolem amargas pelo nosso rosto. Essa verdade magna da vida cristã pode ser vista, de forma eloquente, na vida de Maria, irmã de Marta e Lázaro. Ela só aparece três vezes no registro dos evangelhos, mas nas três que aparece, está aos pés do Salvador.
Em primeiro lugar, aos pés do Salvador para ouvir seus ensinamentos (Lc 10.39). Jesus está em sua casa. Era amigo da família. Marta está agitada de um lado para o outro, cuidando dos afazeres da casa, enquanto Maria está quedada aos pés de Jesus, ouvindo-lhe os ensinamentos. Marta fica perturbada com a inércia de sua irmã. Roga, então, a Jesus para interferir no caso e ordenar a Maria para sair de sua confortável posição, a fim de ajudá-la nas lides domésticas. Longe de Jesus repreender Maria, repreende Marta, dizendo: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. A melhor parte é estar aos pés de Jesus. A melhor escola é aprender aos pés do Salvador. A comunhão com Cristo é mais importante do que o trabalho para Cristo. Primeiro devemos nos deleitar nele e então servir a ele. O Senhor vem antes de sua obra. Vida com Jesus precede trabalho para Jesus.
Em segundo lugar, aos pés do Salvador para buscar consolo para as dores da nossa alma (Jo 11.32). A dor do luto havia chegada no amado lar de Betânia. Lázaro adoeceu e morreu. Jesus foi avisado, mas só chegou quatro dias depois do sepultamento do amigo. As lágrimas eram copiosas. A dor era imensa. O choro era incontido. Jesus chega em Betânia e manda chamar Maria. Ela vai ao seu encontro e se prostra aos seus pés, agora para chorar. Jesus se comoveu e também chorou. Ordenou que a pedra do túmulo de Lázaro fosse tirada e embocou sua voz para dentro deste e ordenou-lhe: “Lázaro, vem para fora”. O morto ouviu sua voz. Lázaro ressuscitou. A vida triunfou sobre a morte. A alegria varreu do rosto de Maria as lágrimas. A dor foi espanada de seu coração. Jesus enxugou suas lágrimas e trouxe o milagre da vida para dentro de sua casa. É aos pés do Salvador que nossas dores são tratadas. É aos pés do Salvador que jorra uma fonte inexaurível de vida e paz.
Em terceiro lugar, aos pés do Salvador para honrá-lo por seus gloriosos feitos (Jo 12.3). Maria mais uma vez está aos pés do Salvador. Agora, trazendo um vaso de alabastro com meio litro de preciosíssimo perfume de nardo puro, avaliado em mais de trezentos denários. Ela derrama todo esse raro e caro perfume sobre a cabeça de Jesus e depois enxuga seus pés com seus cabelos. Ela quer expressar a ele sua gratidão. Ela fez o melhor para o Mestre. Deu a ele sacrificialmente aquele perfume que estava sendo preparado para suas núpcias. Mesmo sendo incompreendida, até mesmo pelos discípulos de Jesus, chamando de desperdício a prodigalidade de seu amor, Maria não recuou em seu preito de gratidão, porque tinha como único vetor de ação, o propósito de agradar somente ao seu Senhor. Maria, fez a coisa certa, à pessoa certa, no tempo certo, apesar das críticas. O que ela fez, no recôndito de uma humilde casa, na pequena cidade de Betânia, tem sido proclamado dos eirados da história e sido trombeteado nos ouvidos do mundo. Ela colocou aos pés de Jesus tudo o que possuía, o melhor que possuía e, isso de forma generosa e sacrificial. Aos pés do Salvador é o melhor lugar do mundo para nos prostrarmos e adorarmos. Aos pés do Salvador é o melhor lugar do mundo para expressarmos nossa sincera gratidão por suas intervenções graciosas em nossa vida e em nossa família. Aos pés do Salvador é o melhor lugar do mundo para oferecermos a ele o fruto da nossa gratidão e da nossa consagração, para que essas ações reverberem para dentro da história e impactem as futuras gerações .
Rev. Hernandes Dias Lopes
32 "Muito bem, mestre", disse o homem. "Estás certo ao dizeres que Deus é único e que não existe outro além dele.
33 Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas".
34 Vendo que ele tinha respondido sabiamente, Jesus lhe disse: "Você não está longe do Reino de Deus". Daí por diante ninguém mais ousava lhe fazer perguntas.
A parábola do credor incompassivo, registrada em Mateus 18.23-35 ilustra o ensino de Jesus sobre o perdão (Mt 18.21,22). Devemos perdoar nosso irmão na mesma medida que fomos perdoados por Deus. Porque fomos perdoados de uma dívida impagável, devemos, semelhantemente, perdoar aos nossos irmãos. Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”. Jesus respondeu-lhe: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. É claro que não se trata aqui de um cálculo matemático. Setenta vezes sete é um emblema. Devemos perdoar ilimitadamente, como Deus em Cristo nos perdoou.
A referida parábola ensina-nos algumas lições importantes sobre perdão:
Em primeiro lugar, temos uma dívida impagável diante de Deus. Nossa dívida é impagável. Jesus ilustrou essa realidade, dizendo que o servo que foi trazido para ajustar contas com o rei, devia-lhe dez mil talentos. Esse é um valor astronômico. Um talento são trinta e cinco quilos de ouro. Trata-se, portanto, de trezentos e cinquenta mil quilos de ouro. Ninguém podia dever tanto naquele tempo. Naquela época, o salário de um trabalhador era um denário por dia. Para um indivíduo amealhar essa vultosa quantia, ganhando esse salário, precisaria trabalhar cento e cinquenta mil anos. Por que Jesus usou essa cifra exagerada? Para mostrar o tamanho da nossa dívida com Deus. É uma dívida impagável!
Em segundo lugar, somos perdoados por causa da graça de Deus. O perdão não é merecimento, é graça. O servo devedor não exige nada, apenas suplica misericórdia. Não reivindica seus direitos, roga seu favor. Mesmo tendo uma dívida impagável, foi perdoado pelo rei. De igual modo, Deus nos perdoa não por quem nós somos, mas por quem ele é. A base do perdão não é o mérito humano, mas a graça divina.
Em terceiro lugar, somos perdoados para perdoarmos. Os perdoados devem perdoar. Os que receberam graça, devem ser canais da misericórdia. Os que receberam perdão, não podem sonegar perdão. O rei ficou irado com o servo perdoado que se recusou a perdoar o seu conservo. Nunca teremos justificavas para não perdoar, pois devemos perdoar assim como Deus em Cristo nos perdoou.
Em quarto lugar, sonegar perdão é ser entregue aos flageladores. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. O servo perdoado que não perdoou foi entregue aos flageladores. Reter perdão é viver numa masmorra. É ser atormentado pelo azorrague da culpa. É alimentar-se de absinto. É envenenar o coração. Quem não perdoa não tem paz. Quem não perdoa não pode orar nem ofertar. Quem não perdoa não pode ser perdoado.
Em quinto lugar, sonegar perdão ao irmão é privar-se do próprio perdão de Deus. O servo que se recusou a ter compaixão de seu conservo, como ele próprio fora alvo da misericórdia, provocou não apenas a ira de seu senhor, mas, também, atraiu tormentos para sua própria vida. Quem entrega o servo sem compaixão aos verdugos é o próprio rei. Até quando esse servo impenitente será atormentado? Esse flagelo não tem fim, pois o texto diz: “… até que lhe pagasse toda a dívida”. Jesus conclui a parábola, dizendo: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”. Sem o exercício do perdão, não existe o recebimento de perdão. Quem nega perdão ao irmão, não recebe perdão do Pai. O perdão não pode ser apenas um discurso de palavras vazias, mas uma expressão sincera que emana do íntimo. Só entra no céu os perdoados; só tem comunhão com Deus e com os irmãos os perdoadores!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Quando os dias forem bons, aproveite-os bem; mas, quando forem ruins, considere: Deus fez tanto um quanto o outro, para evitar que o homem descubra qualquer coisa sobre o seu futuro.
Versículo do Dia Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Salmos 19:12