Acordei esses dias já sabendo que a correria do dia seria muito grande e, como de costume, fiz uma pausa (sempre acordo com a mente a mil por hora) e pedi ao Senhor uma Palavra. Ele me deu o capítulo 13 de 1 Crônicas, que fala sobre a decisão de Davi de pegar a Arca da Aliança, que estava há muitos anos em Quiriate-Jearim.
Depois de muitos anos perseguido por Saul, Davi finalmente conquistava sua vitória, assumindo o trono como rei de Israel. Depois de anos de perseguições, humilhações e provas, Davi via a promessa de Deus sendo cumprida em sua vida. Agora ele era rei!
Como homem segundo o coração de Deus sua primeira ação como rei não poderia ser diferente: ele queria agradar ao Senhor e trazer de volta para Israel a Arca da Aliança, a Arca que era o objeto mais sagrado da fé dos hebreus, a Arca que continha a tábua dos 10 mandamentos, a vara de Arão florida e um pote com o maná que alimentou o povo no deserto durante quarenta anos. A Arca que simbolizava o poder de Deus no meio de Israel, que lembrava aos Israelitas o seu diferencial entre os povos e que servia como sinal da presença de um Deus forte, fiel e verdadeiro no meio daquele povo.
Que motivação nobre e legítima!
Davi mostrava zelo, amor e reconhecimento por Aquele Deus que o sustentara e o levantara como rei de Israel.
A história, no capítulo 13 de 1 Crônicas, no entanto, nos surpreende…
Davi reúne o povo, separa alguns homens de confiança e vai ai encontro da Arca. Colocada sobre um carro de bois novo ela é conduzida a Israel em meio a uma grande festa.
Que alegria!
A Palavra diz que Davi e todo Israel alegravam-se perante Deus com toda a sua força, em cânticos, com harpas, alaúdes, tamboris, címbalos e trombetas.
Que festa maravilhosa!
Mas algo acontece naquela viajem…
Os bois tropeçam e Uzá, um dos que guiava o carro, estende sua mão para que a Arca não caia no chão e a Palavra nos diz que “acendeu-se a ira do Senhor contra Uzá, e o feriu por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. E Davi se encheu de tristeza…”.
Imagine comigo aquela cena!
Que decepção, tristeza e temor não deve ter abatido o coração de Davi!
Por que Deus agiu tão severamente diante de uma situação como aquela?
Uzá não estava sendo zeloso com a Arca?
Davi não queria honrar e agradar a Deus trazendo a Arca para Israel?
Sua iniciativa não era nobre?
A alegria de todos diante de Deus não era verdadeira?
Por que Deus agiu tão severamente diante de uma situação como aquela?
Que tristeza, que pesar!
Sabe por que tudo isso aconteceu?
Porque Davi, apesar de ter motivações nobres e querer servir ao Senhor, agiu de forma independente de Deus. Ele não apresentou a Deus suas intenções, ele não perguntou ao Senhor como fazer a obra e negligenciou as ordenanças de Deus que determinavam que a Arca não poderia ser tocada (por isso havia uma forma especial de carregá-la) e só poderia ser conduzida pelos levitas. Davi deixou tudo isso de lado, movido pela empolgação. Pensando estar agradando a Deus, transportou a Arca de qualquer jeito, em um carro de boi conduzido por pessoas desqualificadas.
Ele pagou caro por sua independência: Uma vida foi ceifada e sua ordem foi envergonhada!
Que situação embaraçosa e triste!
Por que Deus foi tão duro ?
Ou, melhor, o que o Senhor queria ensinar a Davi com aquela situação?
Davi precisava entender que, embora tivesse sido coroado rei, sua dependência de Deus tinha que continuar sendo a mesma.
O cargo, o dinheiro e o poder não o faziam melhor, não lhe davam autonomia.
Pelo contrário…
Quanto maior a vitória, maior a responsabilidade, maiores os inimigos que se levantam e maior a necessidade de ser dependente de Deus.
Davi precisava entender também que, no mundo em que vivemos, onde a batalha é intensa e ininterrupta, não basta ter boa vontade, mesmo que a boa vontade seja de agradar a Deus e de fazer a sua obra.
Sem vigilância e sem a orientação de Deus, boa vontade transforma-se em imprudência, arrogância, independência e pode levar à derrota e vergonha…
Davi tinha acabado se ser coroado rei, a honra era grande, mas a responsabilidade era ainda maior. Novas batalhas iriam acontecer, inimigos se levantariam, problemas surgiriam diariamente e, para continuar sendo um rei respeitado, vitorioso e ungido ele precisava ser DE PEN DEN TE!
Assim acontece conosco!
Hoje o Senhor tem uma mensagem especial para mim e para você. Mensagem de poder e vitória, mensagem que te levará a uma nova dimensão de vida com Deus.
Quer ser vitorioso em sua vida? Seja DE PEN DEN TE!
Quantas vezes, cheios de boa vontade, tomamos decisões cruciais sem consultar a Deus!
E pagamos um alto preço…
Quantos, em nome da obra de Deus, ou em nome do progresso e crescimento, enveredam, sem perceber, por caminhos tortuosos e sem volta!
Pagam o preço das conseqüências e amargam a vergonha e a derrota…
Muitos iludem-se com a imagem de um diabo de chifre e tridente, que assusta no primeiro olhar e não percebem que suas maiores armadilhas estão no que é bonito e atraente aos olhos. Assim ele fez com Adão e Eva, prometendo poder e independência, assim ele tentou fazer com Jesus no deserto e assim ele faz diariamente conosco.
O que tem atraído seus olhos ultimamente? Quais são os caminhos que você tem pensado trilhar? Que decisões precisa tomar? Não basta boa vontade, tem que haver dependência de Deus!
Hoje o Senhor nos diz:
Seja qual for o seu sonho, DEPENDA DE MIM!
Consulte ao Senhor, veja se os caminhos que você deseja trilhar são caminhos firmados na vontade do Senhor, avalie os prós e os contras, leia a Palavra, baseie-se nela porque o único caminho que te levará à verdadeira e duradoura vitória está firmado na DEPENDÊNCIA DE DEUS.
Na história de Davi, ele aprendeu a lição. Logo após à frustrada tentativa de levar a arca para Israel, ele enfrenta inimigos terríveis, mas consegue vencê-los consultando a Deus e agindo segundo as orientações do Senhor.
Após as batalhas, ele recupera a arca, desta vez, segundo as ordenanças do Senhor, com muito júbilo e alegria.
Pense nisso. Nesta semana que apenas começa, antes de tomar qualquer decisão, seja dependente de Deus e Ele te mostrará o caminho certo para alcançar a vitória.
