quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Como acabar com as guerras - Parte 1


Referência: Tiago 4.1-12
Autor(a): Pr. Hernandes Dias Lopes


INTRODUÇÃO

1. As guerras são uma realidade da vida a despeito dos acordos de paz. Há não apenas guerras entre as nações. Há também guerras nas denominações, guerras dentro das famílias e guerras dentro do nosso próprio coração.

2. Tiago diz que o nosso verdadeiro problema não está fora de nós, mas dentro de nós (v. 1; Mt 15:19-20).

3. A guerra do Peloponeso, que durou 27 anos, destruiu a Grécia no ápice da grande civilização que ela havia criado como resultado da Idade de Ouro de Atenas. Roma fez da guerra uma maneira de viver mas, apenas disso, foi vencida e destruída pelos bárbaros. Na Idade Média, a guerra varreu a Europa, culminando com os horrores da Guerra dos Trinta anos, terminada em 1648. Essa guerra é considerada o episódio militar mais horrível na história ocidental antes do século XX. Cerca de 7 milhões de pessoas ou seja, 1/3 dos povos de língua alemã morreram naquela guerra.

4. Na Primeira guerra Mundial 1914-1918 aproximadamente 30 milhões de pessoas pereceram. Todos ficaram horrorizados. Mas dentro de vinte anos outra guerra foi lutada no mesmo anfiteatro, pelos mesmos participantes, por muitas das mesmas razões. A Segunda guerra mundial 1939-1945 resultou na perda de 60 milhões de vidas, enquanto os custos quadruplicaram de estimativa de 340 bilhões para 1 trilhão de dólares.

5. Assistimos a guerra fria entre comunismo e o capitalismo. Assistimos o maior massacre da história contra os cristãos através do comunismo. Assistimos sangrentas guerras tribais na África. Fratricidas guerras na Irlanda. Massacres no Oriente Médio. Hoje vemos o domínio bélico da América sobre seus rivais.

6. Essas guerras são uma projeção da guerra instalada no nosso próprio peito. Carregamos uma guerra dentro de nós. Desejamos o nosso próprio prazer à custa dos outros (v. 2). Em vez de lutar, devemos orar (v. 2-3).

7. Tiago descreve três tipos de guerras que enfrentamos:

I. EM GUERRA CONTRA AS PESSOAS - V. 1,11,12.

1. O Salmo 133:1 diz: "Oh como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!". Certamente os irmãos deveriam viver unidos, em harmonia, mas muitas vezes, eles vivem em guerra. Os pastores de Ló entraram em contenda com os pastores de Abraão. Absalão conspirou contra o seu pai Davi. Os próprios discípulos geraram tensões entre si perguntando para Jesus quem era o maior. As vezes, os membros da igreja entravam em contendas e levavam essas guerras para os tribunais (1 Co 6:1-8). Na igreja da Galácia os crentes estavam se mordendo e se devorando (Gl 5:15). Paulo escreveu aos crentes de Éfeso para preservaram a unidade no vínculo da paz. Na igreja de Filipos duas mulheres líderes da igreja estavam em desacordo (Fp 4:1-3).

2. Tiago já havia denunciado a guerra de classes (2:1-9). Os ricos recebiam toda a atenção e os pobres eram ignorados. Tiago também denunciou a guerra entre patrões e empregados (5:1-6). Quando os ricos estavam retendo com fraude os salários dos ceifeiros. Tiago denuncia ainda a guerra dentro da igreja (1:19-20). Os crentes estavam ferindo uns aos outros com a língua e com um temperamento descontrolado. Finalmente Tiago denuncia uma guerra pessoal (4:11-12). Os crentes estavam falando mal uns dos outros e julgando uns aos outros. Nós precisamos examinar primeiro a nossa própria vida e depois ajudar os outros (Mt 7:1-5). Não somos chamados para ser juízes. Deus é o nosso juiz. Seu julgamento é justo e santo.

3. O mundo vê essas guerras dentro das denominações, dentro das igrejas, dentro das famílias e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Por isso Jesus orou pela unidade (Jo 17:21). Como podemos estar em guerra uns contra os outros se pertencemos à mesma família, se confiamos no mesmo Salvador, se somos habitados pelo mesmo Espírito? A resposta de Tiago é que temos uma guerra dentro de nós.

4. Cristãos em guerra (v. 1-2b) - Tiago aborda aqui três coisas: 1) Um fato - Há guerra entre os irmãos. Essa guerra representa o contínuo estado de hostilidade e antagonismo; 2) Uma causa - Os prazeres que militam na carne. Tiago diz que os nossos desejos são como um campo armado pronto para guerrear; 3) Uma prática - A cobiça.

II. EM GUERRA CONTRA NÓS MESMOS - V. 1b-3

1. A fonte de todas essas guerras está dentro do nosso próprio coração (v. 1; 3:14,16). A essência do pecado é o egoísmo. Eva caiu porque quis ser igual a Deus. Abraão mentiu porque queria se proteger (Gn 12:10-20). Acã causou derrota a Israel porque egoisticamente tomou o que era proibido. Somos como Tiago e João, queremos lugar especial no trono.

2. Desejos egoístas são coisas perigosas. Eles levam a ações erradas (v. 2). E eles levam a orações erradas (v. 3). Quando as nossas orações são erradas, toda a nossa vida está errada. Nossas orações não são respondidas quando há guerras entre os irmãos e paixões dentro do coração.

3. Orações não respondidas - Tiago muda da nossa relação horizontal para a nossa relação vertical. Quando temos guerra com os irmãos, temos a comunhão interrompida com Deus. Enquanto a oração seria a solução (v. 2b), mas na prática a oração não funciona (v. 3a) porque ela está motivada pela mesma razão que provoca as contendas (v. 3b).

4. Não cobiçarás é o décimo e último mandamento da lei. Quebramos toda a lei quando quebramos esse mandamento. Desejo egoísta e oração egoísta conduz à guerra. Se há guerra do lado de dentro, haverá guerra do lado de fora.

5. Pessoas que estão em guerra consigo mesmas, são infelizes.

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Versículo do Dia

  Versículo do Dia Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar: Lucas 18:1 NTLH